Parada ouvirá bases do PS sobre eventual acordo pós-eleitoral em Matosinhos

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Porto Canal / Agências

Matosinhos, 13 set (Lusa) - O candidato do PS à Câmara de Matosinhos, António Parada, disse hoje que "ouvirá as bases do partido" na eventualidade de precisar de um acordo pós-eleitoral, para não "defraudar" o eleitorado como entende que fez o atual presidente desta autarquia.

"O Partido Socialista governa a Câmara de Matosinhos desde o 25 de Abril [1974]. Matosinhos é o grande bastião do PS no país. Estamos a fazer uma campanha porta a porta visando esclarecer os cidadãos do porquê de ser eu o candidato do PS e não o atual presidente da Câmara [Guilherme Pinto]", explicou António Parada, num almoço de apoio, no qual falou das suas prioridades para o concelho.

O candidato acusou o atual presidente da Câmara - que concorre às autárquicas de 29 de setembro como independente, depois de ter sido eleito, em 2009, pelo PS - de ter "defraudado" o eleitorado que "o elegeu democraticamente há quatro anos" quando, "no próprio dia das eleições, percebendo que não tinha a maioria absoluta, fez um acordo com a direita [com o vereador do PSD, José Guilherme Aguiar] sem ouvir o partido".

"Eu posso já dizer que caso não vença as eleições com maioria absoluta, vou promover uma coligação, mas ainda não sei se será à direita ou à esquerda. Primeiro irei ouvir as bases do meu partido. Vou gerir este processo de forma responsável porque foi isso que o atual presidente não fez e os matosinhenses nunca perceberam se ele estava a gerir a Câmara mais à direita ou mais à esquerda", disse o candidato.

Questionado sobre se, desta forma, António Parada admite vir a coligar-se, após as eleições, com Guilherme Pinto, caso seja esse o desejo das bases do seu partido, o candidato "rosa" escusou-se a "particularizar".

"Farei coligações com as candidaturas, cujo programa eleitoral se aproxime mais do PS. Mas isso será sempre avaliado pela Comissão Política Concelhia. Claro que essa escolha não será feita pelo presidente de Câmara eleito, que serei eu, sob pena de amanhã me acusarem de ter feito o mesmo que o atual presidente da Câmara fez", enfatizou.

Parada quis, também, garantir que "António José Seguro não teve nenhuma responsabilidade na escolha do candidato à Câmara", vincando que se tratou de "uma escolha local e democrática feita pelos militantes".

Depois de apontar a criação de emprego como a "prioridade" do seu programa eleitoral, o candidato socialista adiantou outros projetos que diz serem "inéditos" em Portugal como "a abertura das escolas públicas às 7:30 para que os pais possam deixar lá os seus filhos e irem para o trabalho, serviço que só o privado proporciona atualmente, sendo que os funcionários que vão garantir esse horário serão da responsabilidade da autarquia".

Parada quer, também, criar o "Cartão do Cidadão Solidário", ou seja, de associado das corporações de bombeiros de Matosinhos, com uma quotização de 20 euros anuais "deduzíveis em serviços, como certidões ou outros processos, da Câmara e das Juntas".

A criação de uma sala com professores contratados pela Câmara para estarem disponíveis online para responderem a dúvidas de alunos e encarregados de educação e de um parque automóvel comum a todas as coletividades foram outros dos projetos apresentados.

Na corrida eleitoral à Câmara de Matosinhos estão ainda Guilherme Pinto (independente), José Pedro Rodrigues (CDU), Pedro da Vinha Costa (PSD), Fernando Queiroz (BE), Manuel Maio (CDS-PP) e Orlando Cruz (PTP).

PYT // JGJ

Lusa/fim

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