Síria: Comunidade internacional deve saudar decisão de Damasco - Putin
Porto Canal / Agências
Bishkek, 13 set (Lusa) - O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que a comunidade internacional deveria acolher a decisão da Síria de aderir à proibição de armas químicas, que considerou mostrar as "sérias intenções" de Damasco.
"Acredito que deveríamos acolher bem esta decisão da liderança síria. Gostaria de expressar a esperança de que este será um passo muito sério no caminho da resolução da crise síria", disse Putin numa cimeira sobre segurança no Quirguistão.
Para Putin, cujo Governo tem apoiado o regime de Bashar al-Assad desde o início do conflito, em março de 2011, a decisão síria "confirma as intenções sérias" dos parceiros de Moscovo de seguir o caminho da solução da crise.
O líder russo, que falava na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai na capital do Quirguistão, Bishkek, reiterou a sua firme resistência a uma intervenção externa contra a Síria.
"Esforços diplomáticos recentes permitiram reduzir a ameaça imediata de uma operação militar", disse Putin.
A Rússia propôs que Damasco desista das suas armas químicas num esforço para evitar ataques militares norte-americanos.
Assad anunciou que iria aderir à proibição de armas químicas, mas exigiu que Washington renuncie à "política das ameaças" para que o plano funcione.
Os chefes da diplomacia russa e norte-americana reúnem-se hoje, pelo segundo dia consecutivo, para discutir a questão síria.
O Presidente da China, Xi Jinping, que falou hoje na cimeira de Bishkek, disse que o seu país saúda o plano russo.
"Apoiamos a iniciativa russa de colocar as armas químicas sírias sob controlo internacional", disse.
A proposta de colocação do arsenal químico da Síria sob controlo internacional foi anunciada na segunda-feira pela Rússia e afastou, para já, a ameaça de uma ação militar dos Estados Unidos contra alvos do regime sírio.
A ameaça surge porque os EUA acusam o regime sírio de ter perpetrado um massacre com armas químicas a 21 de agosto perto de Damasco, matando, segundo Washington, 1.429 pessoas.
O ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Walid al Moallem, disse que o seu país estava pronto para aderir à Convenção que proíbe as armas químicas e que apoiava um plano russo para colocar as suas armas sob controlo internacional.
No entanto, permanece o ceticismo quanto à seriedade do regime de Bashar Al-Assad sobre a eliminação das suas armas químicas, com a oposição a acusar o Governo de estar apenas a ganhar tempo.
O conflito na Síria já provocou mais de 110 mil mortos desde março de 2011, segundo as Nações Unidas.
FPA // HB
Lusa/fim