Famílias monoparentais aumentaram para o dobro de 1991 a 2011
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 25 out (Lusa) - A terceira e última Super Lua do ano ocorre na terça-feira, quando o satélite natural da Terra, em fase de Lua cheia, parecer maior quando estiver próximo do horizonte.
O fenómeno acontece praticamente todos os anos, mais do que uma vez, quando há Lua cheia e a diferença entre os seus instantes e os do perigeu (ponto da órbita da Lua que fica mais perto da Terra) é menor do que um dia e oito horas.
Na terça-feira, segundo o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), os dois acontecimentos estarão desfasados em 23 horas e cinco minutos, já que o perigeu lunar sucede na segunda-feira, às 13:01 (hora em Lisboa), e a Lua cheia ocorre na terça-feira, às 12:06.
A Lua nasce, na terça-feira, às 18:03. Nessa altura, e se as condições de visibilidade do céu o permitirem, "a Lua vai parecer maior do que o habitual, não apenas devido à ocorrência de Super Lua, mas também porque, estando próxima do horizonte, vê-se mais ampliada, o que é apenas uma ilusão de ótica", assinala o OAL na sua página na internet.
Na quarta-feira, adianta o Observatório, a Lua nasce às 18:49 e vai "continuar a parecer maior do que o habitual".
A Lua cheia ocorre quando há um alinhamento do tipo Sol--Terra--Lua.
As anteriores Super Luas, de 2015, aconteceram a 29 de agosto e a 28 de setembro. A de setembro foi a maior Super Lua do ano, uma vez que os instantes do perigeu e da Lua cheia distaram 66 minutos, tendo a Lua sido simultaneamente ocultada pela sombra da Terra, gerando-se um eclipse total de Super Lua, fenómeno raro que só volta a suceder em 2033.
No próximo ano, a Super Lua mais expressiva será a 14 de novembro, quando a Lua cheia está mais perto do perigeu lunar.
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Coimbra, 25 out (Lusa) - Um projeto da Universidade de Coimbra que analisou a saúde da população entre 1991 e 2011 identificou "sinais de alerta", como o aumento para o dobro de famílias monoparentais, bem como um incremento de nados-vivos com baixo peso.
O projeto GeoHealthS, coordenado pela professora catedrática Paula Santana, do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Coimbra (CEGOTUC), desenvolveu o Índice de Saúde da População (INES) - uma medida que agrega resultados em saúde e determinantes em saúde, contando com 43 critérios de avaliação de saúde da população aplicados nos 278 municípios de Portugal Continental.
O estudo, a que a agência Lusa teve acesso, conclui que houve um aumento de mais do dobro de famílias monoparentais entre 1991 e 2011, passando de uma média de 6,1% para 12,6%, tendo incrementado "em quase todos os municípios" do território continental.
"Os maiores aumentos registam-se em municípios localizados no Sul do país, sendo que mais de metade [53%] integra a região do Alentejo", com concelhos em Portugal a registar uma proporção de famílias monoparentais superior a 15,5%.
Segundo o projeto de investigação coordenado por Paula Santana, a monoparentalidade "encontra-se associada a maior risco de privação de pobreza, principalmente nas mulheres", havendo vários estudos que indicam um risco acrescido para a criança ao nível da saúde mental.
O projeto, que identificou uma melhoria generalizada do valor global de saúde, registou também um aumento da proporção de nados vivos com peso inferior a 2.500 gramas para um tempo de gestação superior a 37 semanas, passando de uma média 2,9% entre 1989 a 1993, para 3,4% entre 2007 e 2011.
Também se registou um aumento dos nados vivos prematuros (com menos de 37 semanas de gestação), entre 1999 a 2003 (6,5%) e 2007 a 2011 (8,7%), apesar de se ter registado uma descida quando comparada com o intervalo de tempo de 1989 a 1993 (9,5%).
A diretora de Pediatria do Hospital Santa Maria e membro da equipa do projeto, Maria do Céu Machado, considera que este aumento de nados vivos com baixo peso pode estar associado ao aumento de fumadoras entre os 15 e 24 anos, ao adiamento da gravidez (que também influencia a prematuridade), bem como à crise, que leva "a malnutrição materna, mas também ao aumento do tabagismo, alcoolismo e stress".
Também a prevalência de excesso de peso e obesidade na população com mais de 20 anos constitui um alerta, tendo aumentado de 48,5% em 1995/1996 para 54,3% em 2005/2006, com o incremento da prevalência de excesso de peso a ser "mais expressivo" no norte do país.
Portugal também tem hoje mais idosos a viverem sozinhos.
De 18,9% dos idosos a viverem sozinhos em 1991, Portugal passou a ter 20,1% nessa situação em 2011, com o valor máximo registado num município a chegar a mais de um quarto da população idosa (26,9%).
Também a criminalidade aumentou em quase todos os municípios de Portugal Continental (78,5%) e mais de metade dos concelhos (52%) registou um aumento do suicídio nos 20 anos analisados.
O projeto foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e contou com a participação de 16 entidades da administração central, regional e do ensino superior.
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