Seul, 12 set (Lusa) -- Imagens de satélite analisadas por especialistas norte-americanos indicam que a Coreia do Norte reiniciou a atividade do seu reator nuclear de Yongbyon, capaz de produzir plutónio para o programa nuclear de Pyongyang.

As imagens, recolhidas a 31 de agosto e divulgadas hoje pela Universidade Johns Hopkins de Washington e pelo Instituto de Ciência e Segurança Internacional dos Estados Unidos, mostram a libertação de vapor branco de um edifício próximo da sala do reator que contém as turbinas.

"A coloração branca e o volume são consistentes e o vapor emana porque o sistema de geração de eletricidade está prestes a arrancar, o que indica que o reator se encontra em funcionamento ou a ponto" de iniciar, explicam os especialistas da Universidade Johns Hopkins, na página da Internet '38 North', dedicada a estudos sobre a Coreia do Norte.

O Japão e os Estados Unidos estão a analisar este material a fim de determinar se a central está a funcionar ou se Pyongyang está a realizar testes nas instalações sem ter, contudo, introduzido as barras de combustível, segundo revelaram fontes diplomáticas consultadas hoje pela agência nipónica Kyodo.

O Instituto EUA-Coreia, vinculado à Universidade Johns Hopkins de Washington, já tinha calculado, em junho, que a colocação em marcha do reator teria lugar em agosto.

"Desde que [Pyongyang] anunciou, no início de abril, a sua intenção de reiniciar o reator, os trabalhos progrediram rapidamente durante a primavera e verão para pôr de novo em funcionamento as instalações", assegurou o instituto.

Nesse mês foram publicadas imagens no portal que mostravam que a Coreia do Norte tinha começado a realizar obras nas instalações de Yongbyon, fechadas desde 2007, em virtude de um acordo firmado no âmbito das negociações a seis para a desnuclearização do país.

O reator de cinco megawatts é capaz, segundo especialistas, de produzir seis quilos de plutônio por ano, o qual pode ser utilizado por Pyongyang para aumentar o tamanho do seu arsenal de armas nucleares.

Depois das sanções impostas em março pela ONU à Coreia do Norte por causa do seu ensaio nuclear, realizado no mês anterior, o regime de Kim Jong-un endureceu ainda mais a sua postura e anunciou que o desenvolvimento de armas nucleares passaria a ser o principal pilar da sua política de defesa.

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