Trabalhadores dos STCP em vigília no Porto contra a privatização da empresa

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Porto Canal / Agências

Porto, 11 set (Lusa) - A Comissão de Trabalhadores da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto marcou para a madrugada de hoje uma vigília para "alertar os utentes" para a "intensão do Governo" de privatizar a empresa, "colocando em causa os seus serviços".

"Pelo nosso passado, para defender o nosso futuro", "a STCP [Sociedade de Transportes Coletivos do Porto] é do povo", são as frases que constam das faixas que ladeiam o espaço, em frente à Câmara Municipal do Porto, na Avenida dos Aliados, onde estão concentradas algumas dezenas de trabalhadores desta empresa de transportes públicos, junto a um cenário com cruzes e velas e um autocarro em plástico que simboliza um transporte público "movido a pé".

Em declarações à agência Lusa, o coordenador da Comissão de Trabalhadores da STCP, Ricardo Cunha, explicou que este será o "início de uma grande jornada de luta" marcada "face à falta de palavra do secretário de Estado dos Transportes", o qual é acusado de "anunciar que a STCP vai ser concessionada ou privatizada" depois de ter "garantido aos trabalhadores que se fossem melhores que os privados não seriam privatizados".

Questionado sobre a razão de estarem de fazerem o alerta de madrugada, o mesmo responsável explicou que é durante a noite que "mais pessoas estão vulneráveis, porque só têm autocarro de hora a hora", logo poderão ser "os mais afetados a uma possível privatização".

A vigília de hoje teve início às 18:00 e prolonga-se até às 08:00 horas de quinta-feira, altura em que a organização espera conseguir "falar com o máximo de pessoas que esteja a iniciar o dia de trabalho".

Após a meia-noite, os trabalhadores da STCP vão percorrer algumas das paragens de autocarros mais movimentadas da cidade do Porto para falar com os utentes, mas às 22:00, as queixas de alguns passageiros já se faziam ouvir.

"Termino o meu serviço após a uma da manhã e muitas vezes mais tarde. Preocupa-me muito que sejam retirados mais autocarros, pois é este o meu único meio de transporte", disse à Lusa Lucília Pereira, empregada de balcão, que usa diariamente a linha 4M desde a estação da Trindade até à Maia.

Ricardo Cunha revelou, a propósito, saber que estão previstas reduções de horários nos serviços da madrugada, acrescentando que, "em geral, em todos as linhas da rede, foram pelo menos quatro mil os serviços que não se efeturam nos últimos três meses".

Com o início do ano letivo, é entendimento da Comissão de Trabalhadores da STCP que esta empresa necessita de "pelo menos mais 80 motoristas". E outra das preocupações deste grupo prende-se com a redução de serviços com o carro elétrico.

"É um serviço que tem vindo a ser reduzido ou mesmo interrompido por falta de guarda-freios [motoristas de elétrico], quando ao mesmo tempo são contratados outros a recibo verde e de forma temporária", disse Ricardo Cunha.

Hoje a Comissão de Trabalhadores da STCP também pretende dar a conhecer que estes funcionários não estão a receber subsídios de natal nem de férias, bem como lhes foi reduzido o salário em cerca de 15%, o que equivale, conforme disseram à Lusa, "a uma redução apenas comparável com os salários de há 15 anos atrás".

"Os passes sociais aumentaram abusivamente" e "temos motoristas a conduzir 15 horas num só dia" são outros dos alertas que constam do folheto que a comissão tem vindo a distribuir aos utentes.

Para dia 27 deste mês está marcada uma reunião com a Autoridade para as Condições de Trabalho, na qual serão, também, denunciadas situações "preocupantes de abertura de processos disciplinares, com direito a sanções e perdas de honorários, a muitos trabalhadores da empresa".

PYT/LIL // ARA

Lusa/Fim

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