Rui Rio critica quem acha que Porto devia "fazer mais dívida"

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 11 set (Lusa) -- O presidente da Câmara do Porto criticou hoje quem considera que a cidade devia "fazer mais dívida e ter mais ambição", alertando que os erros que levaram à crise do país e só se repetirão "por estupidez".

"É com tristeza que li alguém que diz que dá umas aulas na Faculdade de Economia do Porto dizer que o Porto está parado, que temos de fazer mais dívida e ter mais ambição. Eu nem digo para onde isto irá se for essa ambição toda... Espero que se aprenda com a situação em que o país se encontra para não repetir erros que agora só repetiremos por estupidez, porque está à vista de todos e só quem não quer ver não vê o óbvio", afirmou Rui Rio.

Durante a assinatura do protocolo de cedência de um espaço para a instalação do "Polo Zero" da Federação Académica do Porto (FAP), o autarca não referiu o destinatário da mensagem, mas o seu conteúdo foi em tudo semelhante ao do comunicado em que o seu vice-presidente reagiu à apresentação da política financeira do candidato do PSD à Câmara do Porto, Luís Filipe Menezes.

Ricardo Valente, número cinco na lista de Menezes, afirmou a 04 de setembro que "o Porto não pode continuar a ser a cidade das contas certas com base em nada feito", defendendo uma "política económica e financeira sustentável mas que não torne a cidade podre com os cofres cheios".

Vladimiro Feliz, vice-presidente da Câmara do Porto, assinalou então não poder "deixar que os cidadãos do Porto sejam tratados como mentecaptos, imbecis ou simples analfabetos políticos", vincando que "hão de reconhecer que não são quaisquer vendedores de promessas que os enganam".

Hoje, Rui Rio assinalou a cedência do espaço de 526 metros quadrados da Praça de Lisboa, na Baixa, à FAP, para a promoção de atividades de apoio aos estudantes, ao empreendedorismo e à inovação, como mais um passo no esforço que feito nos últimos meses para "deixar todos os dossiês fechados e passar a pasta numa situação limpa".

"Não foi assim que recebi e não queria que o próximo [presidente da Câmara] tivesse as dificuldades que eu tive", frisou.

O social-democrata sublinhou que, "no arrumar das coisas não há nada com paralelo com o Parque da Cidade", mas destacou o protocolo com a FAP pelo "valor simbólico e importância para a cidade".

Rio falou ainda da Baixa e do "papel importante" que a Universidade do Porto (UPorto) teve na sua dinamização para criticar o Governo que "durante muito tempo tentou matar a Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) pelas costas" e agora o faz "pela frente".

O reitor da UPorto, Marques dos Santos, explicou estar a financiar o projeto de arquitetura do Polo Zero, que espera poder funcionar num modelo semelhante ao café "E-learning" do Pólo da Asprela e ao que vai surgir no Polo do Campo Alegre (em fase de concurso), permitindo aos estudantes "melhorar as suas capacidades de aprendizagem, de aprofundar conhecimentos, treinar competências e desenvolvê-las".

Apontando para 2014 a abertura do Polo Zero, "se tudo correr com normalidade", o presidente da FAP, Ruben Alves, indicou a vontade de que o espaço seja gerido com base num "modelo de sustentabilidade".

ACG/(LIL/JAP) // MSP

Lusa/fim

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