Costa reúne-se hoje às 18:00 com Passos e Portas na sede do PS
Porto Canal
O secretário-geral do PS, António Costa, reúne-se hoje, pelas 18:00, com os líderes do PSD, Pedro Passos Coelho, e do CDS, Paulo Portas, para procurar uma solução de Governo na sequência das eleições legislativas.
Esta segunda reunião entre os líderes socialista e da coligação PSD/CDS-PP, que terá lugar na sede nacional do PS, em Lisboa, foi comunicada por fonte oficial socialista após ter recebido a confirmação da marcação do encontro por parte de responsáveis sociais-democratas e centristas.
A primeira reunião entre António Costa com Pedro Passos Coelho e Paulo Portas realizou-se na sexta-feira, na sede nacional do PSD, também na capital, e terminou sem conclusões.
Na segunda-feira à tarde, PSD e CDS-PP anunciaram ter enviado ao secretário-geral do PS, António Costa, pelas 15:50, um "Documento facilitador de um compromisso entre a coligação Portugal à Frente (PaF) e o Partido Socialista para a governabilidade de Portugal", cujo conteúdo não foi oficialmente divulgado.
Segundo o PSD e o CDS-PP, esse documento dá sequência ao que ficou acordado em termos de metodologia de trabalho com o PS na anterior reunião entre delegações dos três partidos.
Na única referência feita até agora a esse "Documento facilitador de um compromisso entre a coligação Portugal à Frente (PaF) e o Partido Socialista para a governabilidade de Portugal", o PS fez saber na segunda-feira, ao final da noite, que não tinha recebido a atualização do cenário macroeconómico requerido ao presidente do PSD e primeiro-ministro em exercício, Pedro Passos Coelho.
Entretanto, avançou esta manhã o Jornal de Negócios, essa documentação requerida pelo PS já terá chegado ao coordenador do cenário macroeconómico socialista, Mário Centeno.
Segundo Passos Coelho, PSD e CDS-PP estão disponíveis para acolher propostas do PS para obter um acordo sobre as linhas gerais do seu Programa do Governo e do Orçamento do Estado para 2016, sem traçar "linhas vermelhas", desde que sejam respeitadas as regras europeias, incluindo o chamado tratado orçamental.
A coligação PSD/CDS-PP foi a força mais votada nas legislativas de 04 de outubro, mas sem maioria absoluta de deputados. Logo na noite eleitoral, o presidente do PSD anunciou que sociais-democratas e centristas iriam assinar um acordo para governar e que iria tomar a iniciativa, "no plano parlamentar, de contactar o PS" para procurar entendimentos.
Por sua vez, no domingo de eleições, o secretário-geral do PS prometeu não fazer parte de uma "maioria negativa" contra PSD e CDS-PP sem haver "um Governo credível e alternativo ao da direita".
Dois dias depois, António Costa recebeu da Comissão Política Nacional do PS um mandato para falar com todas as forças políticas representadas no parlamento - tendo-se já reunido, desde então, com PCP, PEV, BE e PAN, para além do encontro com PSD e CDS-PP.