Costa identifica pontos de convergência entre PS e Bloco de Esquerda
Porto Canal
O secretário-geral do PS considerou hoje "muito interessante" o resultado da reunião com o Bloco de Esquerda sobre soluções de Governo para o país, adiantando que foi possível identificar um conjunto de pontos de "convergência".
António Costa falava aos jornalistas no final de uma reunião de quase duas horas com o Bloco de Esquerda, na qual esteve acompanhado pelo presidente do PS, Carlos César, pelos dirigentes Ana Catarina Mendes e Pedro Nuno Santos, e pelo coordenador do cenário macroeconómico socialista, Mário Centeno.
"Tivemos com o Bloco de Esquerda uma reunião muito interessante, onde foi possível identificar de modo positivo um conjunto de matérias passíveis de convergência entre os dois partidos. Quanto às divergências, elas são públicas e não faz sentido debatê-las. O que faz sentido é trabalhar no novo quadro parlamentar para que o país possa ter um Governo estável e que corresponda à vontade popular no sentido de que exista uma alteração de política no respeito escrupuloso pelo quadro constitucional", acentuou o líder socialista.
De acordo com o secretário-geral do PS, o conjunto de matérias identificadas como pontos de convergência podem eventualmente "dar suporte a um entendimento sólido e estável, permitindo trabalhar neste novo quadro parlamentar".
"Vamos agora desenvolver um trabalho técnico que permita concretizar esses pontos, limar divergências (ou, pelo menos, diminuir esse grau de divergência) e alargar a base de sustentação de uma solução governativa estável para o país", declarou.
Questionado sobre as matérias de divergência e de convergência entre as duas forças políticas, o secretário-geral do PS alegou que "não seria útil para o bom sucesso" das conversações "estar a esmiuçar quais são esses pontos".
"Há um objetivo que é comum: A recuperação dos rendimentos das famílias portuguesas, em particular as que têm mais baixos rendimentos. Há formas diversas de procurar alcançar este objetivo. No quadro das reuniões que se vão seguir, verificou-se que há margem para prosseguir, aproximar posições e reduzir divergências", acrescentou.