Passos diz que PSD e CDS-PP querem acolher propostas do PS para acordo sobre Programa e Orçamento

Passos diz que PSD e CDS-PP querem acolher propostas do PS para acordo sobre Programa e Orçamento
| Política
Porto Canal

PSD e CDS-PP querem acolher propostas do PS para obter um acordo sobre as linhas gerais do seu Programa do Governo e do Orçamento do Estado para 2016, sem traçar "linhas vermelhas", anunciou hoje o presidente dos sociais-democratas.

Pedro Passos Coelho afirmou que esperava que fossem os socialistas a apresentar propostas concretas mas que, como isso não aconteceu, PSD e CDS-PP vão fazer "um exercício um bocadinho mais atrevido" de tentar "selecionar propostas do PS" para debater num próximo encontro, marcado para terça-feira.

Passos Coelho falava na sede nacional dos sociais-democratas, em Lisboa, com o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, ao seu lado, no final de uma reunião com o secretário-geral do PS, António Costa, e dirigentes destes três partidos, que durou perto de três horas.

Segundo o presidente do PSD, sociais-democratas e centristas estão dispostos a acolher propostas do PS "seja em termos de composição do Governo ou de formação do Governo, seja relativamente à Assembleia da República, seja relativamente ao Programa do Governo ou ao Orçamento".

Questionado sobre a possibilidade de um Governo com o PS, o presidente do PSD respondeu: "Nós não recusámos nenhuma solução. Essa questão não nos foi colocada, mas nós não recusámos qualquer solução. Não estamos nesta altura a recusar nenhuma solução".

Interrogado sobre que tipo de acordo PSD e CDS-PP propuseram ao PS, Passos Coelho declarou: "O importante é que haja, quando falamos de condições de governabilidade, condições para estarmos de acordo quanto às linhas essenciais de um Programa do Governo, por um lado, mas por outro lado também a garantia de que há uma viabilização do instrumento que permite pôr em prática esse programa, que é o Orçamento do Estado".

"E é sobre isso que temos de ter um entendimento, como no passado foi possível obter", acrescentou.

Ao longo destas declarações, Passos Coelho reiterou que espera que quem ganhou as eleições possa formar Governo e repetiu diversas vezes que PSD e CDS-PP estão "inteiramente recetivos a discutir e a analisar qualquer proposta" do PS, sem colocar "linhas vermelhas", exigindo somente o respeito pelas regras da União Europeia e da zona euro, incluindo o chamado tratado orçamental.

No seu entender, cabia ao PS apresentar propostas à força política que teve o seu programa "sufragado nas eleições", mas os socialistas não adotaram essa metodologia.

"O PS não apresentou nenhuma proposta em concreto que nós pudéssemos ponderar, e preferiu que fossemos nós a dizer o que é que do programa do PS consideramos que pode ser viável. É um exercício menos normal, digamos assim", considerou.

De acordo com o presidente do PSD, os socialistas limitaram-se a apresentar "quatro áreas mais sensíveis", em relação às quais a coligação PSD/CDS-PP não tem "nenhum problema". Ou seja, "não existe à partida aqui uma incompatibilidade na agenda".

Passos Coelho referiu que ficou acertado que "toda a informação de natureza orçamental ou outra que fosse relevante para o PS, que o PS irá solicitar" será fornecida aos socialistas.

"Se o PS não nos quer trazer nenhuma questão para discussão, nós não deixaremos de tentar selecionar propostas do PS que o PS depois venha a ponderar como sendo importantes", acrescentou.

"Nós voluntariámo-nos então para escolher propostas do PS que pudéssemos propor ao PS", reforçou, manifestando-se convicto de que a reunião de terça-feira será "conclusiva".

+ notícias: Política

Confira todos os nomes da mesa da Assembleia da República 

José Pedro Aguiar-Branco foi eleito presidente da Assembleia da República (AR), na tarde desta terça-feira, com 160 votos a favor, na sequência de um acordo estabelecido entre o PSD e o PS.

"O interesse nacional é uma legislatura de quatro anos" garante Aguiar-Branco

O presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, propôs-se esta quarta-feira ser um "gerador de consensos" para dar resposta aos problemas e anseios dos portugueses e levar a legislatura até ao fim.

Montenegro apresenta Governo ao Presidente da República esta quinta-feira

Luís Montenegro, primeiro-ministro indigitado, vai apresentar a composição do novo Executivo ao Presidente da República, esta quinta-feira à tarde.