Tóquio, 10 set (Lusa) - A operadora da central nuclear de Fukushima detetou radiação num outro poço junto ao tanque donde verteram 300 toneladas de água radioativa, o que sugere que a fuga pode contaminar águas subterrâneas, noticiou hoje a televisão NHK.

Funcionários da TEPCO (Tokyo Electric Power) detetaram 3.200 becqueréis por litro de substâncias radioativas num poço 20 metros a norte do tanque onde se verificou o vazamento, usado para armazenar água utilizada no arrefecimento dos reatores e que está contaminada por ter entrado em contacto com os núcleos parcialmente fundidos.

Os materiais, que emitem estrôncio e outros tipos de radiação beta, foram detetados em amostras recolhidas no domingo pelos técnicos.

Na passada quinta-feira, a TEPCO já tinha informado de uma leitura de 650 becqueréis por litro em outras amostras recolhidas de um poço situado também a aproximadamente 20 metros a sul do tanque.

A mais recente descoberta aponta para a possibilidade de água que vazou deste depósito se ter misturado com a dos aquíferos naturais debaixo da central, atingida pelo tsunami de 11 de março de 2011.

Cerca de 400 toneladas desta água subterrânea penetram diariamente nos porões dos edifícios dos reatores - cujas estruturas ficaram danificadas -, onde se misturam com água contaminada.

Como resultado desta acumulação, estima-se que cerca de 300 toneladas de água tóxica vazem diariamente destes porões para o Oceano Pacífico.

A TEPCO está a preparar um sistema para bombear, a partir de vários poços, as águas subterrâneas para evitar que cheguem até aos porões e se misturem então com o líquido contaminado.

Porém, a mais recente descoberta poderá afetar este plano, dado que o primeiro poço a partir do que se pretende bombear a água se encontra apenas a 130 metros daquele em que a leitura foi de 3.200 becqueréis por litro.

O diário económico japonês Nikkei informou hoje que o ministro de Estado da Ciência e Tecnologia, Ichita Yamamoto, poderá realizar uma visita a Viena, entre os dias 15 e 17 deste mês, para informar a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) sobre o novo plano do Governo para resolver as fugas.

Na semana passada, o Executivo nipónico anunciou o investimento equivalente a 355 milhões de euros para eliminar os problemas da central.

Do mesmo modo, o jornal económico aponta a possibilidade de uma delegação da AIEA visitar a central de Fukushima pelo outono.

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