Ferrostaal pondera projecto para Estaleiros de Viana

| Norte
Porto Canal / Agências

Lisboa, 09 set (lusa) -- Responsáveis da empresa alemã Ferrostaal admitiram hoje cancelar o Hotel Alfamar, no Algarve, de substituição das contrapartidas pela venda de dois submarinos a Portugal, por um outro projeto que favoreça os Estaleiros de Viana do Castelo.

No final da sessão de hoje, de inquirição do antigo vice-presidente da Ferrostaal Horst Weretecki, no julgamento do caso "Submarinos/contrapartidas", um dirigente da Ferrostaal, através da advogada da empresa, Sofia Martins, reconheceu que surgiram dificuldades na concretização do projeto Alfamar, estando a empresa alemã a estudar outras alternativas, designadamente ligadas aos Estaleiros de Viana do Castelo.

A Ferrostaal, empresa ligada ao German Submarine Consortium (GSC), que vendeu dois submarinos a Portugal num negócio de mil milhões de euros, inicialmente devia ter cumprido as contrapartidas através do Agrupamento Complementar de Empresas de Componentes Integrados para a Indústria Automóvel (ACECIA), mas o processo-crime instaurado contra Weretecki, dois outros alemães e sete arguidos portugueses daquele agrupamento empresarial, levaram os responsáveis germânicos a assinar, com o ex-ministro da Economia Álvaro Santos Pereira, um acordo de substituição das contrapartidas que previa a reconstrução do hotel Alfamar.

Com base neste acordo, Nuno Godinho de Matos, advogado de defesa de Weretecki e dos restantes dois arguidos alemães, solicitou aos juízes da 6.ª Vara Criminal a extinção do procedimento criminal, e o cancelamento do julgamento, alegando que o Estado português já não podia alegar ter sido lesado. Após oposição do Ministério Público, o pedido foi recusado pelo tribunal.

Hoje, Godinho de Matos revelou aos jornalistas que não recorreu desta decisão porque, "neste momento, o projeto [Alfamar] não está eficaz".

"Não está em vigor. O que parecia definitivo há quatro ou cinco meses, de facto, não é", disse Godinho de Matos, sem adiantar mais pormenores sobre um novo projeto de contrapartidas, a negociar com o atual ministro da Economia, Pires de Lima.

Instada a comentar o assunto, Sofia Martins, advogada da Ferrostaal que tem acompanhado este julgamento sentada na zona do público, confirmou, na presença de outro responsável da empresa alemã, a existência de problemas ligados ao hotel Alfamar, admitindo que a Ferrostaal, que no passado já teve ligações à Lisnave, pondera apresentar um novo projeto de substituição de contrapartidas, que passe pelos Estaleiros de Viana do Castelo.

Ouvido hoje em julgamento, o arguido Horst Weretecki alegou que, até 01 de outubro de 2004, altura em que assumiu as funções plenas de vice-presidência da Ferrostaal, tinha um conhecimento muito limitado do negócio dos "submarinos/contrapartidas" com Portugal.

Weretecki justificou o fraco conhecimento do negócio dos submarinos com Portugal com o facto de, na altura, se tratar de uma "encomenda recente", sustentando que "só em finais de 2005 soube alguma coisa" sobre a ACECIA, na altura presidida por Palma Féria.

Inquirido à tarde pelo procurador, Weretecki admitiu que assinou alguns formulários de contrapartidas sem os ler "na íntegra", mas desvalorizou o facto, dizendo que não tinha razões para duvidar dos documentos que lhe eram apresentados por outros colaboradores da Ferrostaal. A inquirição prossegue na próxima terça-feira.

Segundo Godinho de Matos, entre 1999 e 2004, Weretecki "não teve qualquer intervenção" no negócio das contrapartidas, não podendo ser responsável por atos praticados em data anterior, pelo que deve ser absolvido dos crimes de burla e falsificação.

Segundo a acusação, o processo das contrapartidas lesou o Estado português em mais de 30 milhões de euros.

Portugal contratualizou com o consórcio GSC a compra de dois submarinos em 2004, por mil milhões de euros, quando Durão Barroso era primeiro-ministro e Paulo Portas, ministro da Defesa Nacional.

FC // MAG

Lusa/Fim

+ notícias: Norte

As imagens do carro que se despistou durante fuga policial em Matosinhos

Um jovem de 24 anos foi detido pela Divisão de Trânsito da PSP do Porto, na manhã desta sexta-feira, em Matosinhos, após uma perseguição policial, avançou o Correio da Manhã. O jovem ao perceber a presença dos agentes da polícia, fugiu a alta velocidade, adotando uma condução perigosa.

Detido suspeito de esfaquear duas pessoas numa estação de metro em Gaia

A Polícia Judiciária deteve esta sexta-feira, um homem de 22 anos suspeito da agredir duas pessoas em General Torres, na passada quarta-feira, tal como avançou o Porto Canal.

Nova ponte em Paços de Ferreira já tem data de abertura à circulação

Paços de Ferreira, no distrito do Porto, vai abrir à circulação rodoviária, no dia 25 de abril, o novo viaduto sobre o rio Carvalhosa, uma obra que custou cerca de 1,66 milhões de euros, segundo a autarquia local.