Politécnico de Bragança diz que políticas de acesso impedem qualificação de jovens

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Porto Canal / Agências

Bragança, 09 set (Lusa) -- O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Sobrinho Teixeira, atribui hoje a falta de procura de alguns cursos às políticas de acesso ao Ensino Superior, que considera estarem a impedir os jovens de se qualificarem.

O politécnico de Bragança consta entre as instituições de Ensino Superior com mais cursos (11) sem qualquer aluno colocado na primeira fase de acesso ao Ensino Superior, em que um total de 66 cursos por todo o país ficaram desertos, quase todos a funcionar em institutos politécnicos e na área das engenharias.

"Continuamos a analisar as instituições e o país tem de olhar é para as políticas a nível de acesso ao Ensino Superior", defendeu, considerando que a forma como o Ensino Superior está a ser encarado revela "falta de sentido de Estado".

O dirigente notou que as áreas de que Portugal mais precisa, como as engenharias, ficam desertas, o que atribui não a um problema da oferta, mas a "uma disfunção entre a aprendizagem e a avaliação que é feita da aprendizagem" dos jovens.

"Faria sentido analisar a avaliação que está a ser feita aos jovens", insistiu.

Sobrinho Teixeira lembrou que existem em Portugal "150 mil jovens em condições e acederem ao Ensino Superior, desses, 95 mil mostraram-se disponíveis para se candidatar e só 40 mil o puderam fazer".

"Há aqui um desperdício enorme", considerou.

Para o presidente do IPB, a atual situação "está a impedir os jovens de se qualificarem, de entrarem nas áreas de maior empregabilidade e a empurrá-los para cursos onde o desemprego é já assinalável".

Sobrinho Teixeira lembrou ainda que "Portugal tem uma das mais baixas frequências de Ensino Superior da Europa" e aquilo a que se assiste é "a uma redução de candidatos".

"O país vai pagar caro por isso", afirmou, defendendo que "esta herança será pior para a geração vindoura do que a dívida [pública]" e lamentando que "a única solução para os jovens seja a emigração, a fazerem os serviços mais desqualificados da União Europeia".

"Portugal devia apostar na qualificação que pode conseguir um aumento da produtividade e da competitividade e o que estamos a assistir é exatamente o contrário", declarou.

No caso do Politécnico de Bragança, o presidente da instituição garantiu que não perspetiva o encerramento de cursos e que a perda de 130 alunos nas entradas da primeira fase de acesso ao Ensino Superior, comparativamente ao último ano letivo, "já foi ultrapassada no dobro por outros regimes", como os cursos tecnológicos.

O presidente do IPB acredita também na "capacidade de captação de estudantes estrangeiros" e de outros públicos, como os maiores de 23, para manter os sete mil alunos em mais de um centena de cursos espalhados por cinco escolas superiores em Bragança e Mirandela.

HFI // MAG

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