Há muitos portugueses a procurar a América mas poucos a conseguirem vistos - Governo

| Política
Porto Canal / Agências

Newark, Estados Unidos da América, 07 set (Lusa) - O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, afirmou à Lusa que há, neste momento, muitos portugueses interessados na América do Norte, no entanto, salientou que "há muito pouca gente a conseguir vistos para trabalhar".

"Não temos qualquer espécie de dúvidas sobre o enorme interesse que os Estados Unidos da América (EUA) representam, neste momento, em muita gente em Portugal", referiu durante uma visita a Newark, onde se concentra uma grande comunidade de emigrantes portugueses.

O governante fala em quadros que "têm conseguido boas oportunidades, em toda a América do Norte".

"Há casos de pessoas que têm conseguido excelentes colocações. Só que as hipóteses de conseguirem essas colocações, com vistos de trabalho, são muito limitadas", salientou.

De acordo com José Cesário, existem cerca de 1.4 milhões de pessoas nos EUA que assumem a origem portuguesa.

"Temos pessoas colocadas a todos os níveis da sociedade, desde o congresso federal até aos diversos órgãos do poder político a nível local ou estadual, deputados, senadores, 'mayors', empresários ou professores universitários", sublinhou.

Conseguir o visto para trabalhar nos EUA é precisamente a grande dificuldade que os emigrantes têm que enfrentar. Mas não é um problema de agora.

Adriano Oliveira, 45 anos, veio para os EUA há 19 anos e, só seis anos depois, é conseguiu legalizar a sua situação. À agência Lusa disse que foi um processo complicado.

Na década de 90 ficou desempregado em Portugal, depois de 21 anos a trabalhar como fiscal da rodoviária. Nessa altura veio de férias aos EUA e poucos dias depois já estava a trabalhar, na construção civil.

"Lá andei 21 anos com uma caneta e para aqui vim trabalhar no pesado, com muito peso, sacrifício. Custou muito", salientou.

Agora já está reformado e passa os dias numa pequena garagem onde constrói pequenas caravelas portuguesas e sonha com o regresso à terra natal, em Mafra, onde gostaria de se dedicar à agricultura.

A mulher não quer regressar e, por isso, Adriano passa o tempo às voltas com as recordações da história portuguesa e diz que as peças que faz se vendem bem entre a comunidade.

Adriano Oliveira está atento ao que se passa em Portugal, vê as notícias todos os dias e lamenta que, também ele, tenha sentido na pele os cortes na reforma que recebe no país natal.

Mas as coisas, segundo contou, também não estão fáceis nos EUA.

"Quando vim para cá com 100 dólares comprava um carro de supermercado cheio de comida. Hoje com 100 dólares não trago este barquito cheio. Já viu o que isto aumentou? É péssimo, não dá", sublinhou.

PLI // MSF

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