Prejuízos do incêndio de Mondim de Basto avaliados por comissão do Governo
Porto Canal / Agências
Mondim de Basto, 04 set (Lusa) -- O presidente da Câmara de Mondim de Basto revelou hoje à Lusa que a avaliação dos prejuízos causados pelo incêndio que afetou o concelho e destruiu mais de 3.000 hectares de floresta será feita por uma comissão interministerial.
"A comissão interministerial, organizada pela Secretaria de Estado da Administração Local, será o canal de comunicação entre a autarquia e o Governo para avaliar as consequências do incêndio", afirmou o socialista Humberto Cerqueira, depois de se reunir com o ministro da Administração Interna, em Lisboa.
Durante quatro dias, um incêndio queimou uma vasta área de mato e pinhal no concelho de Mondim de Basto, distrito de Vila Real, pintando a paisagem de negro e afetando a produção de madeira, bem como outras atividades ligadas à floresta como a resina, a cinegética e a apicultura.
Sem indicações sobre os mecanismos de apoio que serão disponibilizados pelo Governo às populações do concelho afetadas pelo fogo, o autarca avançou que a câmara resolveu já "pequenas" situações, mas não tem disponibilidade financeira, nem meios para "fazer mais".
A família de quatro pessoas que perdeu a casa no incêndio, revelou o autarca, já foi realojada e tem recebido apoio em bens de primeira necessidade.
Além disso, frisou, a autarquia já reparou redes de abastecimento de água.
Apesar de ainda não terem sido contabilizados os prejuízos, Humberto Cerqueira estima que tenham sido queimados entre 3.000 a 4.000 hectares de floresta.
"São danos irreparáveis porque o fogo consumiu cerca de 35% da área florestal do concelho", disse.
Uma das empresas de recolha de resina, avançou, perdeu 25.000 bolsas o que, acrescentou, "poderá condicionar" a sua atividade no concelho.
Mas, disse ainda, muita da área ardida servia também de sustento para muitas famílias que usavam esse espaço para o pastoreio, pelo que há muitos produtores que não têm qualquer alimento para os animais tendo de comprar comida.
No combate às chamas chegaram a estar cerca de 300 operacionais, entre bombeiros provenientes de todo o país, militares da GNR ou do exército, ainda 100 veículos e três meios aéreos.
O distrito de Vila Real foi muito afetado pelos fogos. Segundo dados da GNR, só no mês de agosto foram registados 500 alertas de incêndio, mais do dobro do verificado em igual período do ano passado.
Desde o início no ano e até final de agosto, foram contabilizados cerca de mil alertas de fogo. Em 2012, esse número rondava os 1.600.
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