Câmara do Porto investiu 13 milhões de euros em projetos culturais desde 2009 - vereadora
Porto Canal / Agências
Porto, 28 mai (Lusa) - A vereadora do Conhecimento e Coesão Social da Câmara do Porto, Guilhermina Rego, salientou segunda-feira à noite que o município investiu nos últimos quatro anos 13 milhões de euros em projetos culturais próprios.
Numa intervenção de mais de 45 minutos, na Assembleia Municipal, a vereadora fez um apanhado exaustivo da atividade cultural que a autarquia desenvolveu no atual mandato, através de "iniciativas próprias e em parcerias".
Esta assembleia reuniu a título extraordinário e foi requerida pela CDU, para discutir a situação cultural" portuense.
A CDU ouviu várias estruturas e estas queixaram-se da falta de espaços e dos cortes financeiros, que condicionam a sua atividade, ameaçando mesmo a sua sobrevivência.
Guilhermina Rego, porém, procurou provar que a Câmara apoiou a cultura, na ótica de que esta deve também "promover a coesão social.
A Câmara investiu ainda mais de 24 milhões de euros em recursos humanos afetos ao domínio cultural, o que equivale a 11% do total que o município gasta com o pessoal, aplicou "três milhões de euros em apoios" e "um milhão" na manutenção de edifícios culturais, detalhou.
A vereadora explicou que, deste modo, a aposta tem sido no desenvolvimento de programas, projetos e atividades e claramente transversais, mais próximos das pessoas e orientados para públicos específicos".
"Daí que o número de visitantes dos espaços culturais não pare de aumentar", afirmou, adiantando que tais espaços tiveram "mais de um milhão de visitantes" em 2011.
Esse número aumentou em "100 mil" em 2012, estimando-se um aumento idêntico este ano.
"Tem consciência do mar imenso que separa aquilo que aqui nos disse do que é o sentimento das pessoas?", questionou o deputado municipal da CDU Artur Ribeiro.
"O grosso do que aqui disse não tem a ver com a Câmara", considerou o mesmo eleito.
Artur Ribeiro opinou, ainda, que Guilhermina Rego disse "algumas verdades e muitas mentiras".
O Bloco de Esquerda (BE) afirmou, por seu lado, que o executivo camarário liderado por Rui Rio tem uma política que se carateriza por uma "aberta hostilidade aos agentes culturais".
A deputada socialista Carla Miranda afirmou que é o "conservadorismo" que carateriza as opções culturais da Câmara do Porto, dando como o exemplo a guerra aberta pelo executivo contra os grafitis.
"O executivo não pode agir como um analfabeto cultural. Lisboa não tem o nível de intolerância que o Porto" exibe face aos grafitis, comentou, observando que estes não se podem confundir com "rabiscos".
O PSD considerou, contudo, que "esta Câmara tem uma política cultural inclusiva" e contestou a tese de que faltam espaços notando que foi aberto recentemente um novo equipamento: o Edifício Axa, na Avenida dos Aliados.
"A reconciliação recente com parte da criação do Porto, com a inauguração do Edifício Axa, não chega para reverter o que foi feito, mas a Porto Lazer merece o nosso reconhecimento por esta iniciativa que dá o sentido de compromisso rumo a uma relação mais saudável com boa parte da cidade", disse Tiago Barbosa Ribeiro, do PS.
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