Aveiro, 03 set (Lusa) - O candidato do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Aveiro, Nelson Peralta, defendeu hoje o fim da Taxa Turística e da Taxa de Proteção Civil, criadas pela autarquia PSD/CDS em 2012, numa altura de dificuldades financeiras para o município.

Durante uma conferência de imprensa para apresentar as suas propostas para a Câmara de Aveiro na área fiscal, Nelson Peralta disse que "não faz sentido" a aplicação da Taxa Turística sobre as dormidas e passeios de barco moliceiro na ria.

Para o bloquista, esta taxa, que suscitou o protesto de várias associações do setor e operadores, "apenas coloca Aveiro nas notícias por maus motivos" e "afasta o turismo", uma indústria "importantíssima" para o concelho.

O candidato também se manifestou contra a Taxa da Proteção Civil, que é cobrada na fatura da água, lembrando que Aveiro "é o concelho com a segunda fatura de água mais cara do País".

"Não é admissível que haja uma taxa adicional sobre a fatura de água encarecendo-a ainda mais", realçou Nelson Peralta, afirmando que compete ao Estado e à Câmara financiarem os bombeiros.

O candidato do Bloco defendeu ainda uma redução para "perto do mínimo" do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), no caso dos prédios não avaliados, e uma majoração sobre os prédios devolutos.

A realização de uma reforma que garanta a progressividade no pagamento do IMI e o fim da isenção deste imposto para a Banca foram outras ideias defendidas pelo candidato que também quer um aumento do IRS que é devolvido pela Câmara de Aveiro aos munícipes.

"Aveiro não aguenta em cima da austeridade nacional uma austeridade municipal. É necessário que a economia de Aveiro respire e que as pessoas de Aveiro tenham capacidade financeira e isso faz-se com uma governação em contraciclo", explicou.

O bloquista defendeu ainda o aumento da taxa de Derrama de 1,4% para 1,5%, considerando que as empresas maiores que tenham lucro "devem contribuir para a sociedade e para as receitas que são da Câmara de Aveiro, nomeadamente para políticas sociais".

O candidato do Bloco defendeu ainda que o pagamento da Derrama deve ser feito de acordo com o volume de negócios em cada concelho, alegando que seria "uma introdução de justiça na economia".

"Não faz qualquer sentido que empresas que usam as infraestruturas de Aveiro e que necessitam de Aveiro para os seus negócios paguem apenas derrama no seu município sede", explicou Nelson Peralta, concluindo que esta alteração permitiria "recapitalizar a Câmara de Aveiro".

Além do bloquista Nelson Peralta, concorrem à Câmara de Aveiro Miguel Viegas (CDU), Vítor Ramalho (PNR), Eduardo Feio (PS), Ribau Esteves (PSD-CDS-PPM), Luís Rebocho (PCTP/MRPP) e o independente Élio Maia.

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