Federação dos Baldios exige levantamento imediato dos prejuízos dos incêndios

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Porto Canal / Agências

Vila Real, 03 set (Lusa) -- A Federação Nacional dos Baldios (Baladi), com sede em Vila Real, reclamou hoje ao Ministério da Agricultura um "imediato levantamento" dos prejuízos causados pelos incêndios aos produtores florestais e agricultores.

Numa altura em que o norte e centro do país estão a ser atingidos por uma vaga de incêndios, a Baladi exigiu, em comunicado, "indemnizações" para os produtores afetados por esta "tragédia".

Por isso mesmo, reclamou um levantamento dos prejuízos causados pelas chamas e acusou o Governo de "sacudir a água do capote" nesta questão.

"O mundo rural vive hoje um sentimento de impotência e de raiva. São homens e mulheres esquecidos pelo poder político a quem o fogo levou os poucos haveres que restavam de toda uma vida de trabalho", referiu a federação.

A Baladi considera ser uma "visão redutora" atribuir a responsabilidade pelos fogos à "negligência humana e uns tantos pirómanos", destacando a "desertificação do interior" como uma das principais causas para a "progressão dos incêndios em número e área".

"Os grandes fogos nas zonas rurais refletem inequivocamente o falhanço das políticas nacionais e comunitárias e o esquecimento a que foi votada esta vasta área de território. Não é possível implementar políticas de desenvolvimento sem pessoas", frisou a organização.

Para a Baladi, o "abandono intencional da pequena e média agricultura, as políticas de extinção de serviços públicos no mundo rural e o fim das campanhas de sensibilização junto das populações, prevenindo comportamentos de risco, só pode conduzir a uma selva sem serventia de qualquer tipo".

A federação dos baldios acusou ainda o Estado de "reduzir a nada" a sua presença na floresta, ao desinvestir nos serviços florestais, técnicos, mestres e guardas florestais.

Os governos ao longo dos últimos anos, segundo a federação, gastaram "rios de dinheiro na área do planeamento florestal", os quais não têm sido implementados.

E, numa altura, em que são também apontadas críticas às comunidades baldias pela falta de investimento na floresta, a Baladi diz que o Estado "vedou a sua possibilidade ao não aprovar ou elaborar Planos de Gestão Florestal (PGFs) e Planos de Utilização dos Baldios (PUB) nas áreas da sua competência".

Além disso, diz que "foram sempre adiadas" as propostas das comunidades, nomeadamente a criação de grupos de baldios que associam estas unidades "para melhor dar resposta à prevenção, gestão e comercialização de madeira".

Junta-se a isto, segundo a federação, a falta de aprovação de brigadas de sapadores florestais propostas pelos baldios, que se disponibilizaram para custear a sua constituição e funcionamento, ainda um PRODER florestal "altamente burocratizado e desadequado" e "com percentagens de execução ridículas".

"Temos ainda o Fundo Florestal Permanente para o qual descontamos todos os dias quando abastecemos os nossos veículos e cujos investimentos estão vedados há pelo menos dois anos", referiu ainda.

Existem cerca de 400 a 500 mil hectares de terrenos baldios em Portugal.

Na região transmontana, contabilizam-se cerca de 180 a 200 mil hectares de baldios e 200 conselhos diretivos de compartes.

PLI // JGJ

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