Governo cria comissão dos incêndios para avaliar pedidos de ajuda dos municípios
Porto Canal / Agências
Funchal, 02 set (Lusa) -- Uma comissão interministerial vai avaliar os pedidos de ajuda dos municípios ao Governo na sequência dos incêndios, revelou hoje o secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna, adiantando que a entidade será aprovada em Conselho de Ministros.
"Está a ser constituída uma comissão interministerial que será aprovada no próximo Conselho de Ministros para analisar essas questões", afirmou Fernando Alexandre, aos jornalistas, à margem da cerimónia comemorativa do 135.º aniversário do Comando Regional da Madeira da PSP, no Funchal.
O secretário de Estado respondia à questão do relatório que a Câmara Municipal do Funchal, concelho onde arderam 800 hectares em agosto, enviou a semana passada ao ministro da Administração Interna, no qual deu conta dos prejuízos para as duas corporações do concelho do Funchal e Cruz Vermelha Portuguesa. Fernando Alexandre adiantou que "há muitos [pedidos de ajuda] no Continente, porque de facto as duas últimas semanas foram muito duras e, mesmo, no final de julho houve incêndios complicados e serão analisados, será a função dessa comissão interministerial".
À agência Lusa, o secretário de Estado informou que a comissão está a ser organizada pela Secretaria de Estado da Administração Local, do Ministério do Desenvolvimento Regional, e dela farão parte outros ministérios.
O relatório municipal sobre os incêndios que atingiram o concelho do Funchal conclui que houve uma "grande dificuldade no combate" e defende um reforço de meios.
No documento, elaborado pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, lê-se que se verificou "uma grande dificuldade no combate ao incêndio, essencialmente nas serras de Santo António, São Roque e Monte, devido à falta de acessibilidades".
O documento é acompanhado de três listagens de material danificado no decurso dos incêndios pelas corporações do Funchal -- Municipais e Voluntários Madeirenses - e ainda da Cruz Vermelha Portuguesa.
"Só na corporação dos Bombeiros Municipais do Funchal, pelo levantamento efetuado, temos cerca de 75 mil euros de equipamento danificado ou a precisar de manutenção urgente após estes incêndios", declarou o vereador com a Proteção Civil da Câmara do Funchal, Amílcar Gonçalves, precisando com mangueiras, autobombas ou agulhetas partidas.
O relatório apresenta também uma lista das "reais necessidades" das corporações do Funchal, na ordem de um milhão de euros, onde consta o custo de seis pronto-socorros, ligeiros e médios, para o combate a incêndios florestais, com um valor global de 800 mil euros.
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