Mais de 90% dos enfermeiros do Hospital do Litoral Alentejano em greve

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Porto Canal com Lusa

Santiago do Cacém, Setúbal, 12 ago (Lusa) - A greve dos enfermeiros levou ao encerramento dos serviços de exames especiais e de cirurgia do Hospital do Litoral Alentejano, informou o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que convocou uma concentração em frente à unidade hospitalar.

Cerca de 95% dos enfermeiros do Hospital do Litoral Alentejano (HLA) aderiram à greve no turno das 00:00 às 08:00 e 90% no turno que começou às 08:00, adiantou à Lusa Zoraima Cruz Prado, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) no distrito de Setúbal, que participou hoje na concentração, em Santiago do Cacém.

Sem perturbação estão a funcionar os serviços de urgência e os internamentos, que têm os "serviços mínimos" assegurados.

A "falta de enfermeiros" bem como os "ordenados abaixo" da tabela do Ministério da Saúde são alguns dos motivos que levaram o SEP a promover a concentração, explicou a sindicalista.

"Esta instituição é das que mais mal paga aos enfermeiros a nível nacional, pagam 1020 euros pelas 40 horas, o que é 200 euros abaixo daquilo que está tabelado inclusivamente pelo próprio Ministério", denunciou, referindo-se aos profissionais com contrato individual de trabalho.

Além disso, acrescentou, esta "é uma das instituições em que a carência de enfermeiros é mais grave".

"Temos aqui serviços onde consideramos, e segundo aquilo que são as normas das dotações da Ordem dos Enfermeiros, estarem abaixo do limiar da segurança para utentes e para o exercício seguro da nossa profissão", argumentou, exemplificando com o serviço de "urgência", a "unidade de convalescência", o "bloco operatório" e a "Unidade de Cuidados Intensivos" (UCI).

Na UCI, das sete camas disponíveis, duas não estarão a ser utilizadas "por falta de enfermeiros", apontou a dirigente sindical, calculando que para o seu funcionamento seria necessário no mínimo mais "um enfermeiro por turno".

Com o protesto, o SEF espera conseguir reunir em breve com a administração hospitalar e evidenciar "as condições de trabalho precárias" a que os enfermeiros "estão sujeitos", inclusivamente a nível de "discriminação salarial".

Na concentração, solidários com o protesto, marcaram presença também membros da Comissão de Utentes do Litoral Alentejano, bem como alguns autarcas do concelho de Santiago do Cacém.

"Esta não é uma luta dos enfermeiros, é uma luta de todos porque todos nós queremos melhores cuidados de saúde", disse a vice-presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém (CDU), Margarida Santos, lembrando também a importância da "estabilidade no trabalho" para os profissionais.

A Lusa tentou contactar a Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), que preferiu não prestar declarações.

"A greve é uma situação normal, que estamos a acompanhar", disse o presidente do Conselho de Administração da ULSLA, Jorge Sanches.

A greve dos enfermeiros convocada para hoje abrange os serviços de saúde de todo o Alentejo, após ter decorrido terça-feira um protesto do mesmo género na região de Lisboa e Vale do Tejo, seguindo-se outro protesto no Algarve na quinta feira, pela "revisão salarial".

AYN // CC

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