Há uma diminuição de fiadores em Portugal em comparação a 2011
Porto Canal (AYS)
Há 359 mil pessoas a assumir dívidas de outros, no entanto as estatísticas do universo de fiadores e avalistas mostram que os números tem vindo a diminuir desde Setembro de 2011.
Em Março de 2015 o número de fiadores e avalistas registados pelo Banco de Portugal era de 1.358.836. É o valor mais baixo nos últimos seis anos.
No mesmo mês de 2011 até os dias de hoje houve uma diminuição de 95.788 pessoas após o ponto mais alto em Setembro desse ano com 1.461.367 registos de fiadores e avalistas. Esta diminuição deve-se ao fim de pagamentos de empréstimos, e a menor concessão de novos empréstimos.
O número de fiadores e analistas correspondia a 31% do valor total de famílias endividadas, percentagem que se mantém actualmente. Entre Setembro e Dezembro do ano passado, houve uma subida no número de créditos ao consumo (nomeadamente para aquisição de automóveis), mas sem registo no aumento dos fiadores.
No relatório referente a 2012, o gabinete do Mediador do Crédito, liderado por Clara Machado, destacava que havia uma situação que tinha vindo “a assumir uma posição mais significativa”: o caso de “fiadores que assumem os compromissos em relação a pessoa singulares ou colectivas, e que, face ao acréscimo dos níveis de incumprimento, poderão atingir alguma dimensão e necessitar de um acompanhamento especial”.
No relatório de 2013, sublinhava-se que os processos abertos eram, na sua esmagadora maioria, referentes a pessoas singulares e que, nestes, havia “um aumento do número de pedidos apresentados por fiadores”.
Em 2013 e 2014 “foram apresentados 13 pedidos de fiadores/avalistas de empresas”, dos quais oito evoluíram para mediação em 2013 e sete em 2014. Diz Clara Machado ao jornal Público.
Quanto aos que estão relacionados com compromissos assumidos com particulares, a maior parte dos processos analisados pelo Mediador do Crédito dizem respeito a créditos à habitação: nove processos (53%) em 2013, e nove processos (56%), em 2014, seguindo-se os ligados ao crédito ao consumo: oito processos (47%) em 2013, e sete processos (44%) no ano passado. Destes processos, e até à data, “a taxa de sucesso das mediações concluídas é de 63%, nos processos abertos em 2013, e 54%, nos processos abertos em 2014” refere Clara Machado ao Público embora destaque que este dado “não pode ser considerado como amostra significativa em termos estatísticos”.