João Semedo acusa Passos Coelho de "descaramento"

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Porto Canal

O coordenador do Bloco de Esquerda (BE) João Semedo acusou hoje o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de ter "lata, descaramento [e] falta de vergonha" ao comentar os dados da execução orçamental e confirmar a redução da despesa do Estado.

"Lata, descaramento, falta de vergonha, é isso que o primeiro-ministro tem para mostrar ao país", afirmou o bloquista durante uma ação do partido de apresentação dos candidatos do distrito do Porto.

Lembrando o discurso de Passos Coelho, que sábado em Sintra comentou os dados da execução orçamental, João Semedo afirmou: "dizia ontem o primeiro-ministro que está muito empenhado em construir um país e uma sociedade em que o Estado deixe de extorquir dinheiro aos portugueses. Mas este governo tem feito alguma outra coisa que não tenha sido extorquir dinheiro aos portugueses?".

Para Semedo o "aumentou brutal dos impostos em 2013", o "corte dos salários e das pensões", o "aumento dos preços de todos os bens e serviços essenciais", foram "extorquir dinheiro aos portugueses".

"Como é que se pode aceitar tanta lata, tanto descaramento, tanta vergonha de um primeiro-ministro que fez o maior aumento de impostos de toda a história da democracia portuguesa?", frisou Semedo.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou sábado que os novos dados da execução orçamental, divulgados na sexta-feira, confirmam a redução da despesa do Estado.

De acordo com a síntese de execução orçamental de julho, divulgada na sexta-feira pela Direção-Geral do Orçamento, o défice da administração central melhorou, até julho, cerca de 500 milhões de euros, embora os gastos com subsídios de desemprego tenham aumentado 10,5% e o défice das administrações públicas ultrapassado os cinco mil milhões de euros.

Ainda sobre a execução orçamental, o coordenador do Bloco destacou que o crescimento verificado nos primeiros meses de 2013 se deveu ao aumento "dos impostos que atingem rendimentos do trabalho" e que a "receita brutal desse aumento" serviu "para engordar a 'troika'".

E porque falava numa ação de pré-campanha às autárquicas que decorreu no Porto, Semedo aproveitou para, no seu discurso, lançar críticas ao candidato do PSD à autarquia (Luís Filipe Menezes) apelidando-o de "farsante".

Em causa está uma notícia avançada sexta-feira pelo jornal "Público", intitulada "Luís Filipe Menezes paga rendas a moradores de bairros pobres do Porto" que gerou grande tumulto entre as candidaturas à autarquia do Porto, com o BE a enviar queixa à Comissão Nacional de Eleições, a CNE a notificar Menezes para responder, o PS a apelar à intervenção da CNE e da Procuradoria-Geral da República e a candidatura de Menezes a garantir que só foi dado dinheiro a uma idosa doente.

"Quando o governo que Luís Filipe Menezes apoia retirou a milhares de idosos o complemento solidário para idosos, alguém ouviu uma palavra de protesto que fosse de Luís Filipe Menezes?", lançou Semedo.

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