FIFA: Jack Warner acredita que EUA não lhe garantem um julgamento justo
Porto Canal / Agências
Warner, ex-ministro da Segurança Nacional de Trinidad e Tobago, está indiciado pelas autoridades norte-americanas, mas nega todas as acusações que lhe são dirigidas.
Os Estados Unidos querem que Trinidad extradite Warner, uma figura central no escândalo que emergiu no mês passado. Warner é um dos 14 antigos dirigentes ou parceiros da FIFA acusados pela Justiça norte-americana de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
Num texto no semanário Sunshine, Warner defende que os Estados Unidos não têm a "jurisdição apropriada" para lidar com a matéria "de forma justa".
Argumenta que o país está a tentar vingar-se por não ter conseguido convencer a FIFA a deixá-lo acolher o Mundial de Futebol de 2022.
"Temos de ser extremamente cuidadosos [ao avaliar] se os Estados Unidos podem ser justos ao atuar sobre dirigentes de um órgão internacional que sentem que os prejudicou", escreveu.
Warner acusou os Estados Unidos de terem 'duas caras', já que ele próprio foi, juntamente com o presidente, agora demissionário, da FIFA Sepp Blatter, recebido pelo Presidente Barack Obama, apesar de Washington estar a tentar levá-lo a tribunal por aceitar subornos.
"Estava o Presidente dos Estados Unidos a tentar exercer lobby sobre um vice-presidente da FIFA, ou estava ele a 'subornar' um dirigente da FIFA com uma visita e uma refeição à Casa Branca? Acho que não", disse.
"Em qualquer caso, a resposta é não, mas demonstra quão seletivo o assunto 'suborno' pode ser. Nunca entendi que as pessoas estavam a tentar subornar-me em troca do meu voto", concluiu.
ISG // JC
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