Centristas estão irritados com a disponibilidade de Assunção Cristas para substituir Portas
Porto Canal (JYL)
A disponibilidade de Assunção Cristas como futura candidata à liderança do CDS não agradou aos dirigentes do partido. Os centristas defendem que este não é o momento para falar da substituição de Paulo Portas.
Poucos falam abertamente sobre a sucessão de Paulo Portas como líder do CDS, no entanto, já dão sinal de incómodo ao tentarem quebrar este tabu no partido. A vice-presidente Assunção Cristas, revelou esta semana ao Observador, que se encontra ao serviço do partido para o que for necessário, e que "se for necessário para isso [liderança] também estarei", sublinhou a ministra da Agricultura.
Isto causou muito descontentamento por parte dos centristas. Hélder Amaral, vice-presidente da bancada, foi um dos que reagiu mais violentamente afirmando que “o partido não pode ser condicionado. Quando o doutor Paulo Portas quiser sair, sairá. Nesse momento, o partido tem de estar livre e estou certo de que haverá um leque de candidatos”.
Por outro lado, Filipe Lobo D'Ávila, deputado e porta-voz do partido, já foi mais prudente em relação ao assunto. "É bem-vinda, mas é extemporânea", disse.
Já o antigo líder do CDS, José Ribeiro e Castro, resolveu não comentar a posição da ministra, mas não deixou de lamentar e considerar ser um debate antecipado sobre a sucessão. “Quando nos círculos mais próximos dos líderes tanto no CDS como no PSD se fala na sucessão, isso significa o cenário da derrota. Isso anda nos corredores há bastantes meses e acho triste”, comenta o deputado.
Mas existe um ponto em que estão todos de acordo: a ministra tem muito boa imprensa, mas falta-lhe a ligação às estruturas do CDS, "falta-lhe partido", frisou um centrista.