Artistas usam prédios de Viseu como tela e despertam curiosidade na cidade

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Porto Canal / Agências
Viseu, 20 mai (Lusa) -- Paredes de vários prédios da cidade de Viseu estão a servir de tela aos artistas que participam no I Festival de Street Art, que arrancou hoje, motivando a curiosidade das pessoas que passam na rua.

"O que é que está aqui a acontecer?", perguntou Jorge Nunes assim que estacionou o carro no parque da Rua Capitão Silva Pereira e olhou para a parede do prédio de três andares onde já se via um esboço do trabalho de Fidel Évora.

Empoleirado no cesto de uma grua, o artista, de 30 anos, começava a pintar de cinzento, com um rolo, um desenho inspirado na primavera.

"É o rapaz com o espinho no pé, uma imagem muito utilizada na arte clássica", explicou Fidel Évora, adiantando que quando o seu trabalho estiver concluído, no domingo, será possível ver também alguns elementos simbólicos, como uma figura geométrica inspirada na obra do pintor alemão do Renascimento Albrecht Dürer.

O pouco que viu agradou a Jorge Nunes, que desconhecia a realização deste festival. Ficou com vontade de ver semelhante iniciativa replicada no concelho vizinho de Tondela, onde vive.

Mais dentro do assunto estava um grupo de alunos da Escola Secundária Emídio Navarro que, à hora de almoço, passou no local e parou para ver o artista a trabalhar.

"Já conhecia trabalhos de arte urbana, mas não em Portugal. Vi, por exemplo, em Nova Iorque", contou Catarina, considerando que "valorizam muito as cidades".

No Bairro da Balsa é já possível ver concluído o trabalho de Pedro Campiche (conhecido por Aka Corleone), uma vez que o artista tem de partir na quinta-feira para as Filipinas para participar num outro festival de arte urbana.

"Representei a experiência quase mágica de beber um grande vinho da região e estou bastante contente com o resultado", afirmou o artista, explicando que gastou 150 latas de spray.

Satisfeitos estão também os moradores, que gostariam de ver outros prédios do bairro assim coloridos.

"Está muito bonito, quem fez isto é um verdadeiro artista", considerou Vilma Cardoso.

Fora de Portugal, Aka Corleone já fez trabalhos deste género em Banguecoque e em Paris, em paredes que já não existem.

"A arte urbana é efémera", explicou o artista, que começou a pintar paredes aos 15 anos, mas "com aquele graffiti horrível de que as pessoas se queixam muito".

Aka Corleone dedica-se "mais a sério" à arte urbana há cinco anos, altura em que desistiu da carreira de designer gráfico, e hoje sente que Portugal se tornou "num país com muito mais abertura para este tipo de eventos".

Apesar de ser um dos sete artistas participantes no Festival de Street Art de Viseu, Martinho Costa tem um trabalho muito diferente dos restantes e não se considera um "street artist".

Ao invés de pintar em grandes paredes, com spray, rolos e pincéis, o artista plástico aplica nas ruas as pinturas em óleo que faz no ateliê.

Os seus trabalhos podem ser vistos entre a Câmara Municipal e a rotunda de Santa Cristina. Aplicadas em caixas de comunicações ou vasos de flores estarão, por exemplo, uma imagem do filme "Joelho de Claire", de Eric Rohmer, ou um fragmento de uma pintura de Grão Vasco.

"Não contam uma história, mas têm ligações entre si e é interessante que as pessoas as descubram", desafiou.

O festival, que tem como inspiração a primavera e os vinhos do Dão, decorre até domingo, integrado no Tons de Primavera, promovido pela Câmara de Viseu.

AMF // SSS

Lusa/fim

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