Carlos Alexandre receia estar a ser alvo de espionagem de uma organização secreta

Carlos Alexandre receia estar a ser alvo de espionagem de uma organização secreta
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Porto Canal (JYL)

O juíz Carlos Alexandre lançou suspeitas sobre organizações secretas alegando que estão a divulgar informações sobre a sua própria vida pessoal e profissional.

Depois de ter sido interrogado sobre quem seriam os autores de uma carta anónima em que era visado, Carlos Alexandre revelou, ainda que vagamente, quais eram as suas suspeitas. Apesar de alguns dos detalhes mencionados na missiva, que puderam facilmente ser obtidos através da leitura de notícias de jornal ou de outras fontes de informação disponíveis a qualquer cidadão, outros que dela constam, como a referência à identidade dos convivas presentes nas "jantaradas" de confraternização em que costuma participar com os seus conterrâneos, e ao que é ali falado, já constituem informação privilegiada a que nem toda a gente tem livre acesso. A isto, Carlos Alexandre, apelidou de "uma espécie de 'garde à vue' [termo francês usado para prisão preventiva, mas que significa sob vigilância] própria de organizações secretas ou que na prática de comportam como tal".

Ao arquivar a denúncia anónima a magistrada entendeu que esta podia ser considerada uma vingança ou forma de pressão.

Carlos Alexandre reagia entretanto a uma segunda denúncia anónima que foi alvo, a qual desencadeou um inquérito no Ministério Público junto do Tribunal da Relação de Lisboa posteriormente arquivado. A carta, não assinada, demonstrava que o magistrado estaria nas mãos de um jornalista da revista Sábado. Depois de este ter descoberto factos comprometedores relativos aos seus bens pessoais, não lhe restou alternativa senão comprar o seu silêncio passando-lhe informação privilegiada sobre os processos judiciais.

Datada das vésperas do Natal passado, a missiva mostra-se como o desenvolvimento de uma primeira denúncia anónima contra Carlos Alexandre enviada aos mesmos serviços pouco tempo antes e referindo sucessivas violações do segredo de justiça por parte do magistrado, que teria por hábito almoçar com jornalistas para lhes ceder informações.

Nesta segunda denúncia, realizada antes de a primeira ter sido arquivada pelo Ministério Público, à suposta violação do segredo de justiça juntam-se suspeitas de corrupção e tráfico de influências. Entre indícios comprometedores descobertos pelo jornalista estaria "uma conversa/negociação tida entre um representante da família Espírito Santo e o dito juíz em Mação", terra natal do magistrado, em 2005.

Juíz decide revelar todas as suas fontes de rendimento à procuradora do Tribunal da Relação de Lisboa

Em declarações prestadas em Março do ano passado, na qualidade de testemunha, Carlos Alexandre decidiu declarar à procuradora encarregue de investigar a veracidade dos factos relatados na carta anónima que, em tempos, teve rendimentos mensais de cerca de 10 mil euros. Hoje reduzidos a oito mil: recebe cerca de 4 mil euros pelas funções que acumula enquanto juiz, a que soma mais dois mil euros do salário da mulher, funcionária das Finanças, e dois mil euros provenientes de arrendamentos de imóveis e da reforma da sogra, que mora consigo, com a mulher e com os seus dois filhos numa vivenda em Linda-a-Velha, comprada em 2006 através de um empréstimo de 400 mil euros contraído junto da CGD. Com a casa, contou, despende 2000 euros por mês.

Segundo o jornal "i", a casa de Linda-a-Velha não é o único bem que tem em seu nome. Há mais de dez anos investiu num apartamento no Carvoeiro. Novamente através de empréstimo bancário, no valor de 100 mil euros, e da mesma instituição. Todos os meses, pelo menos 600 euros são para pagar este crédito.

Carlos Alexandre habituou-se a acumular funções, e até ao ano passado trabalhava nas varas criminais de Lisboa, no Tribunal Central de Instrução Criminal e ainda no Tribunal de Instrução Criminal. E assim, foi conseguindo fazer face às despesas quotidianas, explicou. Sempre com os devidos cuidados que as funções que exerce exigem.

O juíz negou ter algum dia sido feito refém de quem quer que seja, jornalista ou não.

"Nem de qualquer congregação ou obediência", vincou. Fez também questão de dizer que esta foi a primeira vez na sua vida que foi acusado de corrupção.

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