Cadilhe diz ser "inadmissível" o que Administração Central está a fazer à PortoVivo

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Porto Canal / Agências

Porto, 25 mai (Lusa) -- O economista Miguel Cadilhe, ministro da Economia nos dois governos de Cavaco Silva, considerou hoje "verdadeiramente inadmissível" o que a Administração Central está a fazer à Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) do Porto.

Miguel Cadilhe, um dos signatários da carta aberta ao Governo que hoje motivou um encontro entre mais de uma centena de personalidades do Porto para debater o "boicote" à PortoVivo, salientou o "bom trabalho" que tem sido realizado pela SRU e que, por esse motivo, resolveu "marcar presença".

Em declarações aos jornalistas, o advogado e fundador do PSD, disse também estar "muitíssimo indignado" perante as atitudes do Governo em relação à SRU e acrescentou: "Isto está a rebentar pelas costuras".

Na carta, os subscritores apelam ao Governo que "pondere toda a atuação do Estado na 'PortoVivo, SRU', que não provoque a falência da empresa, que pague a sua dívida, que colabore ativamente no projeto de reabilitação da Baixa portuense e de animação da atividade económica e que não desconsidere o Porto".

"A cidade não tolera desconsiderações, como historicamente sempre aconteceu", lê-se no documento, que já reuniu mais de uma centena de subscritores entre empresários, reitores da Universidade do Porto, economistas, diretores de várias faculdades, o bispo do Porto, professores universitários, cientistas e dirigentes de algumas das principais instituições culturais da cidade, entre outros.

Na carta aberta 'Em defesa do crescimento económico e do respeito pelo Porto' lê-se que entre 2005 e 2013, o investimento privado em reabilitação urbana concretizada na zona de intervenção da 'PortoVivo, SRU' ultrapassou largamente os 500 milhões de euros, apesar da grave recessão económica que afeta o país e, em especial, o setor imobiliário.

Refere também que, até à data, por cada euro de investimento público executado neste projeto, os privados investiram, em reabilitação urbana, uma média de dez euros, mas casos há, como no Quarteirão das Cardosas, onde este investimento ainda é bem mais expressivo. Neste caso, no fim de 2012, o investimento privado atingia já cerca de 90 milhões de euros, sendo o investimento público líquido inferior a seis milhões de euros.

Assim, "tornou-se racionalmente inexplicável e emocionalmente insuportável, à luz dos mais elementares princípios do bom senso e dos fundamentais princípios de eficiência e da equidade na utilização das finanças pública, a atuação que o Governo -- através do IHRU -- tem tido em relação à PortoVivo/SRU".

Os autores do documento lembram que "desde 2009 que o Estado, diga-se o Governo, não paga a sua quota-parte na reposição dos denominados prejuízos contabilísticos da empresa, correspondentes aos dois exercícios de 2010 e 2011, no montante de cerca de 2,4 milhões de euros".

"Desde há mais de um ano que o Estado, diga-se o Governo, arrasta a recomposição do conselho de administração da empresa e paralisa as aconselháveis alterações estatutárias que ele próprio tinha proposto" e "na Assembleia Geral anual deste ano, depois de primeiro a ter adiado para 18 de abril, o representante do Estado, diga-se do Governo, resolveu votar contra todos os pontos da ordem de trabalhos, incluindo as contas do exercício de 2012" acrescentam.

Consideram também que "com estas atitudes de tão fraco sentido de responsabilidade, o Governo diz ostensivamente aos portugueses em geral, e aos portuenses em especial, que, no Porto, a reabilitação urbana não faz parte do seu programa de ação, por muito que, no discurso político, reafirme à exaustão o seu empenho nesta causa".

Os subscritores entendem que "há nesta atuação, para além de uma incompreensível agressão à economia local e nacional, uma notória falta de respeito pelo Porto, cuja razão de ser escapa a qualquer lógica de racionalidade e razoabilidade".

PM // MSF

Lusa/fim

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