Vila Nova de Gaia, 14 ago (Lusa) - A candidatura da CDU à Câmara de Gaia apresentou hoje um conjunto de propostas para "uma mobilidade acessível a todos" e criticou a inexistência de rede de metro até à Urbanização de Vila d'Este, servindo igualmente o centro hospitalar.

Numa conferência de imprensa realizada precisamente naquela urbanização, o candidato lamentou que a extensão da linha de metro de Gaia até Vila d'Este seja "apenas uma miragem", quando antes "nomeadamente em períodos eleitorais" foi "uma promessa".

A linha do metro do Porto que liga do hospital de S. João a Gaia termina atualmente em Santo Ovídio.

"Vila d'Este tem muitas dezenas de milhares de habitantes e é muito mal servida pela rede de transportes públicos. A extensão da rede de metro serviria esta populosa zona, mas também o centro hospitalar", referiu o candidato.

Outros exemplos dados pela CDU para justificar o diagnóstico de "má mobilidade" foram o Bairro de Madre Deus que "conta com cerca de 250 a 300 famílias que não são servidas por transportes públicos", segundo referiu a candidatura liderada por Sarabando. Vilar de Andorinho e Oliveira do Douro são outras zonas urbanas com "má rede de transportes". E em Vilar de Paraíso e Canelas "já foram feitos abaixo-assinados para que a STCP [Sociedade de Transportes Coletivos do Porto] lá fosse", acrescentou.

A somar a estas críticas, a CDU fala de "carreiras e horários que não são cumpridos" e do facto de "a partir das 20:00 ser difícil ou quase inexistente a ligação entre o centro de Gaia e algumas freguesias". A atual "legislação que protege os operadores privados" também "dificulta a implementação de transportes em alguns nós", referiu.

Assim, a candidatura da CDU a Gaia sugere a criação da figura de um Provedor Municipal dos Transportes Públicos e de um Conselho Municipal dos Transportes Públicos, onde estariam representadas as empresas de transportes, as juntas de freguesia, as associações do ramo como as de taxistas, sindicatos do setor e organizações de moradores, defendendo que em matéria de mobilidade deve ser "privilegiado o diálogo".

A CDU considera também a hipótese de criação de uma empresa pública de transportes em Gaia, ideia que "requer uma radiografia rigorosa dos espaços do concelho que são mal servidos".

"A CDU é crítica na proliferação de empresas municipais. Mas somos contra a criação de empresas municipais que têm objetos estatutários difusos, substituindo competências que são da própria Câmara. Ora, esta empresa de transportes não se inclui nesse rol, podendo ser uma empresa pública que até poderia conter horários sazonais para o serviço de transportes escolares, outra grande lacuna de Gaia", explicou Jorge Sarabando.

A elaboração de um Plano de Emergência para a rede viária sobre "os segmentos de via mais degradados e a necessitar de recuperação urgente", a eliminação do pórtico de portagem da A29 em Gulpilhares e a extensão do sistema multimodal "Andante" a toda a rede, incluindo operadores públicos e privados, "com vista a tornar menos oneroso o uso de transportes para os cidadãos", foram outras das medidas avançadas pela CDU.

"Não vamos avançar com nenhum montante para este efeito. A CDU não faz projetos de verbas sem conhecer o estado das contas da Câmara. Estas são medidas responsáveis e nada que não seja exequível", concluíram.

Além de Jorge Sarabando, na corrida à Câmara de Gaia estão José Guilherme Aguiar e Manuel Vieira Machado (independentes), Carlos Abreu Amorim (PSD/CDS), Eduardo Vítor Rodrigues (PS), Eduardo Pereira (BE) e Cristiana Máximo (PCTP/MRPP).

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