Líder parlamentar do CDS-PP acusa PS de "sonsice política"

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 1 abr (Lusa) - O líder parlamentar do CDS-PP acusou hoje o PS de "sonsice política", apontando o contraste entre a intervenção dos socialistas no parlamento e a posição de António Costa segundo a qual os debates quinzenais provocam excessiva crispação.

"Ouvimos na segunda-feira, o doutor António Costa, secretário-geral do PS, mostrar-se contra este modelo de debates quinzenais, de 15 em 15 dias. Dizia o doutor António Costa que traz uma crispação excessiva ao debate. Há no fundo uma ideia de confrontação artificial que é prejudicial ao necessário debate de ideias e que tudo isto era mau para a democracia", afirmou Nuno Magalhães.

O líder da bancada do CDS-PP referia-se a declarações de António Costa na segunda-feira no Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia, em que reiterou as críticas que desde há alguns anos faz ao modelo de debates quinzenais, que foram introduzidos na reforma do regimento da Assembleia, liderada pelo anterior secretário-geral do PS, António José Seguro, quando era deputado.

O presidente do grupo parlamentar centrista referiu-se depois à intervenção do PS hoje no debate quinzenal no parlamento: "É caso para dizer que, a ter atenção nas declarações de António Costa e hoje a intervenção do PS, sobre sonsice política em política estamos conversados".

O líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues tinha invocado antes "o exemplo" do ex-ministro Miguel Macedo para criticar a "sonsice" do Governo na questão da lista de contribuintes VIP.

Na resposta a Nuno Magalhães, Passos Coelho considerou "divertida a evocação que fez sobre as críticas do líder do PS aos modelos de debate quinzenal que, de resto, se devem a inovações que foram defendidas pelo próprio PS".

"Eu que costumo perder pouco tempo com essas matérias, quero dizer que acompanho a necessidade e testemunho a necessidade de ir desconstruindo essa artificialidade ou esse artificialismo que, muitas vezes, os nossos debates suscitam para o exterior", afirmou.

"Não significa isso que não haja lugar a confrontação de posições e de ideias, e que quando nós estamos convictos daquilo que defendemos, alguma dessa convicção não possa parecer agressividade parlamentar. Mas todos temos que ir dando um contributo para distinguir as duas coisas e o melhor contributo que podemos dar para isso, é centramo-nos prospectivamente sobre a análise dos factos e aquilo que defendemos e menos ao ataque pessoal", sustentou.

O primeiro-ministro afirmou que tem procurado "dar o melhor contributo para estes debates" e que não deixará de o fazer no "calendário eleitoral".

Hoje Passos Coelho, o líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, e o deputado João Galamba protagonizaram um episódio durante o debate quinzenal, quando o chefe de Governo reagiu hoje a apartes, enquanto justificava a sua tese de que o país se encontrava em trajetória de recuperação.

"Não sei quem é o deputado excitado que está sempre? Ah, é o senhor deputado Galamba, mais uma surpresa neste debate", comentou Pedro Passos Coelho, com a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, a advertiu que "os apartes sistemáticos boicotam a intervenção do orador".

Ferro Rodrigues reagiu depois com violência a este episódio: "A deselegância política e pessoal do primeiro-ministro em relação ao deputado João Galamba não tem nenhuma espécie de aliança nesta bancada. O senhor primeiro-ministro tem de respeitar todos os deputados, um a um. E o deputado João Galamba é um grande deputado deste parlamento", defendeu o presidente da bancada do PS.

ACL (PMF) // SMA

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