Julen Lopetegui concedeu uma entrevista de uma hora ao Porto Canal, que foi transmitida esta segunda-feira, e em que descreve o percurso de nove meses no comando técnico dos Dragões. O técnico falou do passado mas também do presente, reconhecendo que se está na fase “decisiva” da época. Porém, grande parte das suas respostas foram usadas para elogiar o trabalho dos jogadores e os adeptos.

“Tenho a sorte de ter um balneário extraordinário em muitos níveis. É um balneário jovem, mas com carácter, ambição e humildade. E todos esses valores foram cultivados desde o princípio. Isso torna a missão do treinador mais fácil”, afirmou o técnico, que abordou o empate no terreno do Nacional, que colocou os Dragões a três pontos da liderança da Liga portuguesa: “Vínhamos de jogos tremendamente exigentes e a leitura que faço em geral é positiva, porque ficámos um ponto mais próximos do rival. Vamos abordar a parte decisiva da temporada e teremos jogos duros mas motivantes e temos possibilidades”.

Lopetegui garantiu estar adaptado ao clube – “quando se entra no Museu, fica-se com pele de galinha e percebe-se rapidamente a mística” – e à cidade, e também agradecido aos adeptos. “Precisamos deles e vamos precisar até ao fim, porque temos objectivos colossais pela frente e precisamos de sentir a energia deles. Eles sabem o que se tem passado e, por muito ruído que exista na comunicação entre nós, não é fácil enganar os adeptos”, sublinhou. O basco frisou até que vê a “exigência” típica dos portistas não como negativa, mas sim como algo “imprescindível para a evolução dos jogadores”. Por outro lado, avaliou que “90 por cento da crítica que existe em Portugal é feita com alguns interesses” e daí vem o tal ruído.

Na Champions, o FC Porto foi “alvo de uma avaliação externa certamente mais importante do que qualquer uma que possa ter sido feita em Portugal”, dado que até “chegou uma altura em que parecia ser mau estar a jogar” na máxima competição europeia de clubes. Agora, com mais dois objectivos ainda em cima da mesa – Liga portuguesa e Taça da Liga -, o treinador promete que a equipa se vai entregar “ de corpo e alma ao trabalho”, dando como exemplo a dedicação de Ricardo Quaresma: “É um dos jogadores de que sinto mais orgulho este ano. Creio que está mais completo, melhor, e isso é mérito dele. Ele é capaz de entender que a qualidade de um jogador é maior quando está ao serviço de um colectivo”.

Na entrevista, Lopetegui explicou igualmente porque escolheu o FC Porto entre várias propostas que tinha no arranque da temporada, falou das arbitragens em Portugal, do conceito de rotatividade que lançou nos primeiros meses ao leme dos Dragões e da recepção calorosa de que a equipa foi alvo após o empate em Braga, para a Taça da Liga.