A presidente da Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz, alertou hoje para a falta de areia em várias praias do concelho e disse que vai chamar a atenção do Governo para uma situação que considerou "calamitosa".

A autarca alertou que o movimento das correntes continua a levar a areia das praias para a barra local, na foz do rio Ave, fazendo persistir o problema de assoreamento.

Elisa Ferraz revelou que ainda esta semana reuniu com "um número significativo de pescadores que se dedicam à pesca local", partilhando que os mesmos se mostraram preocupados pela cada vez menor segurança da barra, devido à acumulação das areias.

"Estamos muito preocupados, quer a nível de Vila do Conde quer a nível da Póvoa de Varzim, porque os movimentos das correntes estão a transformar as nossas praias numa situação que nos parece calamitosa", sublinhou a presidente.

"As praias de Árvore e Azurara estão praticamente sem areia. O mesmo acontece na praia da Senhora da Guia. Por outro lado, há concentrações enormes de areia noutros sítios, como na entrada do porto de pesca", acrescentou Elisa Ferraz, lembrando que isso é prova que a dragagem efetuada no final do ano passado não foi suficiente.

Elisa Ferraz garantiu que irá enviar um ofício a dar conta da situação à ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, e lamentou que a governante nunca tenha anuído a uma reunião.

"Por várias fiz esse pedido, mas nunca obtive resposta", disse a autarca em declarações à margem da inauguração de uma escola em Vila do Conde que serve 1200 alunos e que ficou concluída ao fim de 6 anos, num investimento de 7 milhões de euros, suportados pelo Governo, pela Câmara Municipal e por fundos comunitários.

Recorde-se que as operações de desassoreamento da barra de Vila do Conde tiveram início em setembro de 2014, numa intervenção há muito ansiada pela comunidade piscatória local.

A operação teve um custo de 500 mil euros e abrangeu a barra e os estaleiros situados em Azurara, retirando cerca de 70 mil metros cúbicos de inertes.

Passados mais de três meses das operações de dragagem, o problema volta agora persistir.