Ofertas de emprego na net de Portugal e do estrangeiro crescem apesar da crise

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 10 ago (Lusa) - Os portais digitais de emprego portugueses continuam a receber ofertas "de qualidade" apesar da crise económica, e uma boa parte destas já é de empresas localizadas no estrangeiro, segundo os responsáveis de vários portais contactados pela Lusa.

O Sapoemprego, o maior portal de procura de emprego em Portugal, "tem crescido e cresce em ofertas e em candidaturas", de acordo com Pedro Teixeira, seu diretor comercial.

Teixeira assegura que as ofertas de emprego no estrangeiro têm aumentado nos últimos anos e ganham cada vez mais peso no número global, passando de 5% do total para 40%, e que a procura de emprego fora de fronteiras também tem crescido, entre os seus utilizadores.

"As pessoas procuram mais ofertas internacionais", afirma o responsável do Sapoemprego, que justifica este interesse cada vez maior por um emprego fora de Portugal pelos salários superiores que se pagam lá fora.

Já Miguel Costa, diretor do novo portal Alertaemprego, reconhece que Portugal está "numa altura difícil", mas assegura que sempre existem "boas ofertas de emprego", quer dentro do país, quer no estrangeiro, onde os portugueses são solicitados "pelas suas competências, sobretudo nas engenharias informáticas, e pelas capacidades linguísticas".

Costa lançou, a 15 de julho, o Alertaemprego, que criou com Federico Formigal, depois deste último ter trabalhado 10 anos no setor do recrutamento de pessoas em Malta e na Irlanda, onde encontrou "dificuldades para chegar a portugueses qualificados" quando precisava de contratar pessoas.

Ricardo Dias, diretor de outro portal de procura de emprego, o Cargadetrabalhos, vocacionado para as áreas da comunicação e do marketing, assegura que muitas das ofertas que recebe para serem publicadas "procedem de empresas geridas por portugueses no estrangeiro", que querem contratar cidadãos do seu país de origem.

Dias, que garante que o número de ofertas no seu portal "continua a aumentar", realça ainda o acréscimo de ofertas de estágios profissionais nos últimos anos, "em detrimento dos curriculares, depois do governo [português] ter promovido" os primeiros.

As ofertas de emprego existem e crescem, segundo os diretores dos portais consultados, mas medir o sucesso das candidaturas "é uma dificuldade", dado que os utilizadores não costumam comunicar ao portal se conseguiram arranjar emprego através do sítio, explica Pedro Teixeira, da Sapoemprego.

Mesmo que haja pessoas "que enviam e-mails a agradecer o facto de termos publicado uma oferta que as ajudou a encontrar trabalho", diz Ricardo Dias, do Cargadetrabalhos, não é possível "medir estatisticamente quantas pessoas conseguiram arranjar emprego" através deste tipo de sítios.

A existência de ofertas falsas, é que constitui uma preocupação para os gestores destes portais. Isto obriga os portais a realizarem rastreios das empresas "para ter um mínimo de qualidade" no tipo de que publicam, diz Ricardo Dias. Mas, as pesquisas sobre empresas estrangeiras tornam-se, por vezes, difíceis, admite Pedro Teixeira, acrescentando: "o meio digital tem estas coisas.

"Queremos por Portugal no radar das empresas internacionais", afirma Miguel Costa, por isso o Alertaemprego, o portal que representa, recolhe ofertas de trabalho no estrangeiro mas foge de "empresas polémicas", ou seja, daquelas que já se sabe que "exigiram pagamentos por entrevistas".

Ricardo Dias, por seu lado, assegura que a tipologia de portal de emprego que gere é dirigida "aos nichos mais do que às massas", e sublinha que criou o Cargadetrabalhos quando decidiu tentar a sorte no mundo da publicidade e apercebeu-se que não existia forma nenhuma de encontrar boas ofertas no setor.

Numa altura em que o empreendedorismo ganhou adeptos e páginas nos jornais, Miguel Costa reivindica "a melhoria de ideias que já existem" em vez de se "criar produtos novos", defendendo que "sempre há espaço para as boas ideias".

IZR// ATR

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