Jogadores brasileiros animam superliga chinesa de futebol
Porto Canal / Agências
Pequim, 09 mar (Lusa) - Mais de duas dezenas de jogadores brasileiros, sobretudo médios e avançados, como Ricardo Goulart, ex-Cruzeiro, animam a superliga chinesa de futebol, que arrancou no fim de semana passado.
No conjunto, as dezasseis equipas que disputam a prova máxima do futebol chinês investiram este ano 165 milhões de dólares na contratação de jogadores estrangeiros, quase o dobro do que gastaram na época interior, disse a Rádio Internacional da China.
Naquele campo, a superliga chinesa será mesmo a segunda mais rica do mundo, a seguir à Premier League inglesa.
Ricardo Goulart, contratado por 18,3 milhões de dólares pelo atual campeão chinês, o Guangzhou Evergrande, protagonizou a mais cara transferência de sempre do Brasil para a China.
Aquele jogador, de 23 anos, vai juntar-se ao compatriota Elkeson, que nas duas últimas épocas (2013 e 2014) foi o melhor goleador da superliga chinesa, com 24 e 28 golos, respetivamente.
O Xangai SIPG, orientado pelo sueco Sven-Goran Eriksson, pagou 11 milhões de dólares pelo médio argentino Dario Conca.
A maioria das equipas têm pelo menos um jogador brasileiro e no caso do Guangzhou Evergrande, os quatro estrangeiros não asiáticos do plantel (o máximo autorizado) vieram todos do Brasil.
Segundo a imprensa brasileira, os salários dos jogadores brasileiros na China são também "muito maiores" do que no Brasil.
Diego Tardelli, por exemplo, ganha 380.000 dólares por mês no Shandong Luneng, o que corresponde a cerca de cinco vezes mais do que o salário médio na série A do campeonato brasileiro, referiu a agência norte-americana Bloomberg.
O investimento dos clubes coincide com o desejo do governo chinês de converter a China numa potência futebolística à altura da crescente projeção internacional do país.
No final do ano passado, a China figurava em 96.º lugar no ranking da FIFA.
Xi Jinping, o atual presidente chinês, é considerado "um grande adepto" da modalidade e o seu "sonho" para o "rejuvenescimento da nação chinesa" estende-se ao futebol. A realização do sonho, neste caso, tem três etapas: a China voltar a qualificar-se para um Mundial; organizar um Mundial, pela primeira vez, e vir um dia a ganhá-lo, proeza nunca alcançada por um país asiático.
A China só conseguiu qualificar-se uma vez para um Mundial, em 2002, na vizinha Coreia do Sul, mas perdeu os três jogos que disputou e não marcou um único golo.
Numa conferência nacional realizada em novembro passado, o ministro chinês da Educação, Yuan Guiren, anunciou que o futebol passará a ser "parte obrigatória" da disciplina de Educação Física, proporcionando aos estudantes mais oportunidades para praticarem aquela modalidade
As escolas irão manter um registo do talento futebolístico dos estudantes e o seu desempenho na prática da modalidade contará para a avaliação global dos alunos, adiantou o governante.
Em 2017, prevê o governo chinês, o país deverá ter cerca de 20.000 escolas primárias e secundarias "focadas na promoção do futebol".
O futebol só se tornou uma modalidade profissional na China no início da década de 90, quando o PCC adotou o sistema de "economia de mercado socialista", mas apesar dos maus resultados da sua seleção, é o desporto mais popular do país.
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