Jorge Miranda pede a historiadores e politólogos estudos sobre a Assembleia Constituinte

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 03 mar (Lusa) - O constitucionalista Jorge Miranda desafiou hoje historiadores e politólogos a interessarem-se mais pelo período da Assembleia Constituinte e a realizarem estudos acerca do grupo de trabalho responsável pela elaboração da Constituição de 1976.

Durante a apresentação da sua mais recente obra "Da Revolução à Constituição -- Memórias da Assembleia Constituinte", que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, Jorge Miranda afirmou que "este livro é puramente pessoal mas foi feito por não haver nenhum estudo acerca da Assembleia Constituinte".

O autor, que foi deputado constituinte em 1975, disse que "não há praticamente nada publicado" sobre a elaboração da primeira lei fundamental do Portugal democrático, mas "há um manancial de questões importantes que lá foram tratadas".

Jorge Miranda lançou, por isso, "o desafio a politólogos e historiadores para que estudem o que se passou durante aquele período".

A apresentar o livro esteve o antigo presidente da Assembleia da República António Barbosa de Melo, que classificou a obra como uma "publicação notabilíssima".

O também deputado da Constituinte recordou alguns episódios, como "de madrugada as pessoas já fazerem filas infindáveis para ir votar naquele que foi primeiro sufrágio universal, direto e secreto", em 1975.

Barbosa de Melo falou também do momento em que foi decidido a nome da Assembleia da República.

"Cada partido queria um nome diferente e Mota Pinto lembrou-se do nome Assembleia da República, que acabou por ser votado por unanimidade e com aplausos", declarou.

Na apresentação da obra "Da Revolução à Constituição -- Memórias da Assembleia Constituinte" marcou também presença o investigador Pedro Magalhães, que referiu que o "livro revela um percurso de total coerência de Jorge Miranda, sem par na política portuguesa".

"O seu interesse pelo direito constitucional esteve sempre ligado à vontade de fazer a diferença e mudar as coisas", acrescentou Pedro Magalhães.

A obra retrata o período entre o 25 de Abril de 1974 e a aprovação da Constituição, e está dividida em três partes, sendo a primeira "A Revolução e a Assembleia Constituinte", a segunda "a Assembleia Constituinte versus o Processo Revolucionário em Curso", e a terceira "O triunfo da Assembleia Constituinte".

No livro constam também alguns dos principais debates travados durante o período em que a assembleia funcionou, estando alguns transcritos na íntegra.

A apresentação contou também com o administrador da Fundação Calouste Gulbenkian Eduardo Marçal Grilo, em representação do presidente da fundação, Artur Santos Silva.

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