Porto, 07 ago (Lusa) -- A Distrital do PSD/Porto e a Concelhia do partido na Maia acusaram hoje o PS de querer ganhar "na secretaria" umas autárquicas "que vai perder nas urnas", ao tentar impugnar a recandidatura do social-democrata Bragança Fernandes.

O candidato do PS à Câmara da Maia, Ricardo Bexiga, impugnou, na terça-feira, a recandidatura do presidente social-democrata da Câmara, Bragança Fernandes, à autarquia considerando que esta é "ilegal" por não cumprir a lei da limitação de mandatos.

Em comunicado conjunto, o líder da Distrital social-democrata, Virgílio Macedo, e a Concelhia do PSD/Maia lamentam a "atitude antidemocrata" dos socialistas e referem que este comportamento "é ainda mais de lamentar porque o PS sabe bem que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) não enquadra a situação do candidato Bragança Fernandes em nenhum sistema impeditivo".

Para Virgílio Macedo e para a Concelhia do PSD, o PS da Maia, ao avançar com esta iniciativa, "tenta confundir os maiatos, para ver se ganha na secretaria eleições que tem consciência que vai perder nas urnas".

A coligação candidata à Câmara da Maia liderada pelo PSD diz que "não teme nada, porque a sua candidatura não tem qualquer vício de forma, conforme a interpretação da CNE, mas não pode deixar de recriminar esta prepotência do PS local, que candidata Ricardo Bexiga", uma figura que diz não ter qualquer ligação ao concelho e que - vaticina - "terá certamente a maior derrota socialista de sempre na Maia".

O socialista Ricardo Bexiga disse à agência Lusa, na terça-feira, que a candidatura de Bragança Fernandes "é ilegal porque não cumpre, de facto, a limitação de mandatos", já que "está a candidatar-se a um quarto mandato, o que não é permitido pela lei".

Também na terça-feira, Bragança Fernandes desvalorizou esta impugnação, garantindo que o parecer da CNE foi "bem claro" na definição da sua situação e de outros presidentes em igual posição.

Bragança Fernandes integrou a lista liderada por José Vieira de Carvalho nas eleições autárquicas de 2001, tendo assumido a vice-presidência da autarquia.

Em junho de 2002, devido à morte de Vieira de Carvalho, Bragança Fernandes tomou posse como presidente da Câmara da Maia, cargo para o qual foi reeleito nas eleições autárquicas de 2005 e 2009.

De acordo com o parecer da CNE, a limitação de três mandatos nas autarquias é apenas restrita a autarcas efetivamente eleitos consecutivamente para o cargo, e não por substituição do titular eleito a meio do mandato.

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