Realização de referendo em Ponte de Lima vai ser votada a 07 de Fevereiro
Porto Canal / Agências
Ponte de Lima, Viana do Castelo 27 jan (Lusa) - A realização de um referendo sobre a deslocalização da Câmara Municipal de Ponte de Lima para um novo edifício orçado em 6,5 milhões de euros vai ser votada a 07 de fevereiro, em Assembleia Municipal.
A informação foi avançada hoje à agência Lusa pelo presidente da Comissão Política Concelhia (CPC) do PSD, Mário Ferreira, que adiantou que o agendamento daquele ponto na sessão ordinária daquele órgão autárquico resultou de uma ação concertada entre PSD, PS e a CDU.
"A nossa expetativa que é que a realização do referendo venha a ser aprovada porque não ser trata de estar a favor ou contra o projeto, mas sim de dar voz à população do concelho", afirmou Mário Ferreira.
Em causa está o "Projeto Integrado para a Requalificação da Administração e do Serviço Público Municipal", incluído no orçamento de 2015 da autarquia liderada pelo CDS que prevê, entre outras estruturas, a construção dos novos Paços do Concelho.
A declaração de reconhecimento do interesse público daquele projeto foi aprovada, em dezembro último, pela Assembleia Municipal com 45 votos a favor, 31 contra e duas abstenções. Dos 39 presidentes de Junta de Freguesia do concelho, apenas quatro votaram contra.
No caso da proposta de realização do referendo vir a ser rejeitada, Mário Ferreira garantiu que o PSD "não vai baixar os braços" e, "com as assinaturas que estão a ser recolhidas num abaixo-assinado a decorrer no concelho desde meados de dezembro, irá convocar a realização do referendo através da figura da subscrição popular".
Para o PSD o projeto em causa representa um "investimento avultado que não se justifica já que atuais instalações da autarquia cumprem perfeitamente as suas funções".
O líder local do PSD assegurou que o partido "irá preparar-se para todos os cenários e esgotar todas as possibilidades para que a população do concelho venha a ser chamada a pronunciar-se".
Além do PSD, do PS e da CDU a intenção da Câmara Municipal, liderada por Vítor Mendes, de construir um novo edifício para acolher os Paços do Concelho dividiu o próprio partido.
Em dezembro último, em declarações à Lusa, o presidente da Comissão Política Nacional da Juventude Popular (JP) acusou a autarquia de estar a cometer um "ato criminoso".
Miguel Pires da Silva, ex-vereador daquela autarquia, considerou que o projeto vai "causar danos irreversíveis no concelho".
"Construir um novo edifício dos Paços do Concelho é um total disparate, uma inutilidade que em nada melhora a qualidade de vida dos Limianos, um ato criminoso. Ponte de Lima não merece tamanho atentado", afirmou.
Na altura, a Lusa contactou o presidente Vítor Mendes, que recusou prestar declarações sobre o assunto.
Também a estrutura local do CDS já se manifestou contra o projeto, com o presidente, Abel Baptista, a afirmar que "não traz vantagem para a economia local, não cria postos de trabalho, nem vai representar uma mais-valia para o concelho".
ABYC // MSP
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