Padre encontrado morto tentou traqueostomia para respirar
Porto Canal com Lusa
Esposende, Braga, 21 jan (Lusa) -- A Arquidiocese de Braga admitiu hoje, em comunicado, que o padre encontrado morto na sua residência paroquial em Apúlia, Esposende, terá tentado fazer, pelas próprias mãos, uma traqueostomia, numa "tentativa desesperada para conseguir respirar".
Uma traqueostomia é um orifício artificial na traqueia, sendo um procedimento cirúrgico frequentemente realizado em pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada.
"Tudo nos leva a crer que o sacerdote faleceu vítima de insuficiência respiratória aguda, ou seja, a morte deveu-se a causas naturais", refere o comunicado da arquidiocese.
O comunicado acrescenta que o padre José Miguel Pereira, de 40 anos, teve recentemente problemas de foro respiratório, concretamente uma pneumonia aguda, "que terá conduzido a este desenlace fatal".
"Numa tentativa desesperada para conseguir respirar, o pároco terá tentado fazer, ele mesmo, uma traqueostomia que, infelizmente, não resultou", refere o mesmo comunicado.
O padre foi encontrado na noite de terça-feira estendido no chão da cozinha da residência paroquial de Apúlia, com um golpe de faca no pescoço.
Fonte da PJ disse à Lusa que as investigações ainda decorrem, pelo que neste momento "todas as hipóteses continuam em aberto".
A fonte sublinhou que a autópsia, que se vai realizar na quinta-feira, será um elemento "muito importante" para apurar as circunstâncias da morte.
O padre Zé Miguel, como era conhecido, tinha 40 anos e foi diretor do jornal Diário do Minho, de Braga.
Além de Apúlia, tinha ainda a seu cargo a paróquia de Rio Tinto, também em Esposende.
O funeral está marcado para sexta-feira.
VCP // MSP
Lusa/fim