Viana do Castelo, 02 ago (Lusa) - A Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) acusa a CP de "tratamento discriminatório" face à qualidade das ligações ferroviárias que servem o concelho, pedindo por isso a intervenção do novo ministro da Economia.

"A Linha do Minho, entre Nine e Valença, é um evidente exemplo do tratamento discriminatório dispensado a Viana do Castelo, aos vianenses e aos utentes da CP que aqui diariamente trabalham", lê-se num ofício enviado pela direção da AEVC ao ministro António Pires de Lima e ao qual a agência Lusa teve hoje acesso.

Para os empresários locais, trata-se de uma "linha arcaica", na qual circula "antiquado material", com "horários desajustados" e a habitual supressão de ligações sem aviso.

"Nem o anunciado compromisso de modernização e eletrificação da linha até 2016 modera esta revolta. Antes pelo contrário", afirmam os representantes dos empresários, na carta enviada ao novo ministro da Economia.

Recordam que o novo comboio "Celta", explorado em conjunto pela CP e a congénere espanhola Renfe, que faz a ligação direta entre Porto e Vigo, "ignora Viana do Castelo, capital de distrito, apesar de aqui fazer paragens técnicas de vários minutos", o que contribuiu para "agravar" o "isolamento da região", depois da introdução de portagens nas antigas Scut.

"O material circulante é de qualidade muito reduzida, com cheiros, ruídos e vibrações", afirmam os empresários, assumindo ainda que só no mês de julho, com o início do serviço direto entre Porto e Vigo, os horários regionais foram alterados por três vezes.

"Para vermos passar o 'Celta', ou contar o número dos seus Utentes, a CP suprimiu ligações, tornou mais difícil e penoso o dia-a-dia de muitos dos seus utentes que moram no Porto, na Trofa, em Nine e trabalham em Viana do Castelo ou na região", lê-se na mesma carta.

"Agrava-se a já debilitada situação da atividade empresarial da região, com o afastamento de muitos veraneantes que usufruíam das nossas praias", assume a AEVC.

Os empresários locais apelam por isso ao ministro da Economia que "não ignore as pretensões e reivindicações de Viana do Castelo, dos vianenses e dos utentes da CP que aqui trabalham".

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