Autárquicas: Bloco de Esquerda quer "devolver" Palácio de Cristal ao povo do Porto

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 02 ago (Lusa) - O cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara do Porto, José Soeiro, desafiou hoje as "candidaturas de Direita" a dizerem o que pretendem fazer com o Palácio de Cristal, equipamento que o bloquista deseja "devolver" aos portuenses.

O BE do Porto apresentou a suas listas ao Porto (câmara e Assembleia Municipal), descrevendo-se como uma "candidatura de resistência e de denúncia", mas também de "propostas concretas que visam a qualidade de vida dos portuenses". José Soeiro destacou quatro propostas: "habitação, resposta à crise social, abertura de um processo participativo e devolução de equipamentos públicos à cidade".

O candidato do BE explicou que o facto de estar a apresentar a sua candidatura nos Jardins do Palácio de Cristal "não foi por acaso", aproveitando para "interpelar as candidaturas de Direita" a explicarem "melhor" o que pretendem fazer deste espaço.

"Sabemos que Luís Filipe Menezes [candidato do PSD] tem projeto deslocado para criar aqui um parque de diversões, obrigatoriamente concessionando o espaço a privados. E [sabemos] que a outra candidatura da Direita [referindo-se ao independente Rui Moreira que é apoiado pelo CDS-PP] também deseja uma concessão. Não concordamos com esta solução", disse José Soeiro.

O candidato do BE quer "parar com a alienação de património" no Porto, lamentando, por exemplo, que recentemente o Solar do Vinho do Porto tenha sido concessionado a um privado. Ainda sobre esta matéria Soeiro adiantou que a requalificação Mercado do Bolhão "deve ser uma prioridade", assim como "a devolução à cidade do [teatro] Rivoli como âncora de uma política cultural pública".

Propostas para a habitação também fizeram parte desta apresentação: "Esta cidade vive um processo de declínio e de esvaziamento. A disponibilização de casas a preços acessíveis deve estar no centro das prioridades. Isso implica enfrentar os interesses imobiliários que têm sido dominantes no processo de reabilitação urbana", referiu o bloquista.

José Soeiro quer dar "resposta à crise social", com o "impedimento do corte de água a famílias carenciadas", bem como ao "assegurar refeições a crianças e jovens".

"Democracia, participação e transparência" foram as palavras usadas para descrever a proposta de "abrir as portas da autarquia a uma maior participação dos cidadãos, permitindo a sua presença e participação em reuniões, realizando-as em locais em que possam assistir".

O BE promete apostar em mais "instrumentos participativos da população" como o planeamento participado, os referendos locais ou o orçamento participativo.

A lista do BE tem 50% de mulheres e de homens, garantiram os responsáveis, considerando-a "totalmente paritária e intergeracional", mas o grande destaque foi para o facto de ela fazerem parte muitos independentes associados a movimentos sociais.

"Nesta lista estão vozes em pé de igualdade. É uma lista que dá corpo e dá voz aos principais movimentos que têm resistido e que têm sido oposição à Direita. É uma lista sustentada pelo BE, mas é um projeto democrático que tenta fazer a convergência entre a militância política e a militância social. É uma lista que parte do diagnóstico de que falta Esquerda ao Porto", defendeu José Soeiro.

O ator e programador cultural, Mário Moutinho, independente, é o número dois à câmara. Para a Assembleia Municipal, o BE escolheu, para número um, outra independente: a poetiza e professora universitária Ana Luísa Amaral.

Por fim, Soeiro garantiu que o BE "defende a rotatividade de vereadores e deputados municipais": "Não queremos que as vozes fiquem à porta", concluiu.

José Soeiro concorre a 29 de setembro à autarquia do Porto contra Luís Filipe Menezes (PSD), Manuel Pizarro (PS), Rui Moreira e Nuno Cardoso (independentes), Pedro Carvalho (CDU) e José Manuel Costa Pereira (PTP).

PYT // JGJ

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