Sindicalista da UGT diz estarem reunidas condições para greve geral na função pública

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 23 mai (Lusa) - O vice-secretário-geral da Federação Sindical da Administração Pública (UGT), José Abraão, considerou hoje estarem reunidas as condições para uma greve geral na administração pública, tendo em conta as novas medidas de austeridade apresentadas pelo Governo.

"Estão reunidas todas as condições para a realização de uma greve geral na função pública nos próximos tempos, tendo em conta o violentíssimo pacote de medidas apresentado pelo Governo", disse José Abraão à agência Lusa, no final de uma reunião do secretariado da Federação Sindical da Administração Pública (FESAP).

De acordo com o sindicalista, a FESAP (UGT) "está completamente disponível" para uma luta convergente com as outras estruturas sindicais do setor, "desde que seja concertada".

A coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP) disse à agência Lusa na segunda-feira que deverá anunciar sábado uma greve para o setor a concretizar em meados de junho, contra as novas medidas de austeridade que vão penalizar os funcionários públicos.

José Abraão reconheceu que tem havido contactos bilaterais com a Frente Comum "para acertar posições", mas que ainda não estão definidas datas.

O sindicalista considerou que a greve nesta altura, face "aos novos ataques aos trabalhadores e aos pensionistas da função pública", é um "importante meio para obrigar o governo a negociar com os sindicatos", mas lembrou que também existem outras formas de luta, nomeadamente manifestações, que podem vir a ser desencadeadas.

"Está tudo em aberto", disse.

A UGT reúne o seu Secretariado Nacional na sexta-feira e a greve da função pública "será obrigatóriamente discutida" no encontro, segundo José Abraão.

A vice-presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, disse à agência Lusa que o seu sindicato, também da UGT, está em processo de consulta aos seus sócios para saber qual a disponibilidade para uma eventual greve.

Fonte da Frente Comum (CGTP), disse à Lusa que esta estrutura sindical ainda não decidiu a data para a greve anunciada para junho.

O Governo teve na terça-feira a segunda reunião negocial com os sindicatos da função pública para discutir as novas regras da mobilidade especial, uma das medidas da reforma do Estado com as quais o executivo pretende cortar na despesa pública.

O aumento do horário de trabalho, a convergência mais rápida entre o sistema de pensões público e privado, rescisões contratuais com 30 mil funcionários, a revisão dos suplementos remuneratórios e o aumento das contribuições para a ADSE são outras das medidas que o Governo quer ver concretizadas.

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