Ovar, 01 ago (lusa) - O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Ovar é Pedro Rodrigues, que define o partido como "defensor público" e propõe para o concelho bolsas de estudo agrícola, um banco de medicamentos e serviços de reparação para idosos.

Aos 35 anos de idade, o professor do ensino básico e secundário é também delegado sindical, assume a coordenação política local do partido e integra a direção da respetiva Distrital.

Pedro Rodrigues defende que "o Bloco assume a figura do defensor público" no município vareiro.

"É uma espécie de provedor do munícipe", explica à agência Lusa, "em que todos os eleitos do partido se comprometem a utilizar as ferramentas institucionais possíveis para salvaguardar os serviços e bens públicos sem os quais um projeto de desenvolvimento não terá qualquer tipo de êxito".

Em Ovar, as questões que justificam essa postura são, para o cabeça-de-lista do Bloco, a privatização da água, a concessão do hospital, a reabilitação urbana, a costa marítima, a ria e a barrinha, assim como os serviços públicos cuja perda se avizinha "num horizonte muito próximo".

O programa eleitoral de Pedro Rodrigues propõe, por isso, um concelho sustentável que reabilite os centros urbanos, evite "a agonia do comércio tradicional" e devolva o espaço público à vida social, com iluminação pública por LED [lâmpadas de baixo consumo], hortas comunitárias, recolha de resíduos e compostagem, entre outros exemplos.

Para as zonas rurais, o candidato anuncia uma bolsa de estudo agrícola municipal e produção biológica, e, especificamente para as localidades com praia, uma rede de equipamentos públicos - "que aí não existem", garante - e a requalificação da lota e do mercado do Furadouro.

Defendendo que Ovar precisa de "políticas municipais que deem respostas sociais a quem neste momento mais precisa", o cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda pretende criar no concelho um gabinete de apoio às famílias endividadas, uma bolsa de medicamentos, políticas de apoio à maternidade e um serviço de reparação para deficientes e idosos.

Pedro Rodrigues declara, ainda assim, que "a melhor resposta social não é a que sai do gabinete do vereador ou da junta de freguesia, e sim a que vem da própria sociedade, das redes de amigos e de vizinhança, das associações locais, das cooperativas, das comissões de moradores".

Por isso mesmo, compromete-se a implementar na autarquia um orçamento participativo, a incentivar as organizações de moradores e a economia cooperativa, e a promover referendos locais sobre os grandes projetos de investimento municipal - principalmente quando em causa estiver "a alienação de património público relevante"

Além de Pedro Rodrigues, em Ovar concorrem às eleições autárquicas de 29 de setembro Vítor Ferreira (PS), Salvador Malheiro (PSD), António França (CDS) e Dinis Silveira (CDU).

AYC // JGJ

Lusa/Fim