Subconcessão de estaleiros em Viana é opção "ideológica" do ministro -- trabalhadores

| Norte
Porto Canal / Agências

Viana do Castelo, 31 jul (Lusa) - A comissão de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) diz-se "preocupada" com o concurso para a subconcessão da empresa, lançado hoje, o qual afirma resultar da posição "ideológica" do atual ministro da Defesa Nacional.

"Isto é uma questão ideológica do senhor ministro da Defesa, que volta a teimar em avançar com subconcessão dos terrenos dos estaleiros. Isso quer dizer que não está em sintonia com a política do restante Governo", afirmou o porta-voz da comissão de trabalhadores, referindo-se à Estratégia para o Mar, até 2020, e ao objetivo de reindustrializar o país.

"O senhor ministro está a desbaratar uma ferramenta importante como os estaleiros de Viana do Castelo", sublinhou António Costa, reconhecendo "preocupação" com o cenário de despedimento de 620 trabalhadores.

As empresas interessadas na subconcessão dos ENVC têm até 23 de setembro para formalizar as respetivas propostas, segundo anúncio do concurso público lançado hoje e ao qual a Lusa teve acesso.

O concurso, lê-se no aviso de abertura publicado pela administração da empresa, tem "por objeto a atribuição da subconcessão de utilização privativa" de uma área total de 245.162 metros quadrados e prevê o "exercício da indústria de construção e reparação de navios, podendo ainda ser utilizada para a instalação de indústria de fabricação de componentes para aerogeradores eólicos e para o exercício da indústria metalomecânica".

O caderno de encargos deste concurso pode ser levantado na empresa e as propostas devem ser rececionadas até às 10:00 do dia 23 de setembro de 2013, indica o mesmo aviso, acrescentando que este procedimento resultou da deliberação do conselho de administração da empresa de 29 de julho.

Tal como a atual licença atribuída aos ENVC, a subconcessão agora a concurso vigorará até 31 de março de 2031.

As propostas serão recebidas e analisadas por um júri, explicou à Lusa fonte da administração dos ENVC, nomeado para o efeito e que será presidido por um procurador-geral adjunto (da Procuradoria-Geral da República).

Este júri terá a responsabilidade de propor à administração a melhor proposta.

Em reunião de conselho de ministros de 27 de junho, o Governo aprovou um decreto-lei, entretanto promulgado pelo Presidente da República, autorizando a administração dos ENVC a proceder à subconcessão da área que lhe está atribuída.

O ministro da Defesa tinha já admitido o lançamento deste concurso até final do mês de julho e uma decisão em outubro. José Pedro Aguiar-Branco explicou que esta decisão "vai ao encontro da melhor solução para Viana do Castelo" e "para os trabalhadores" da empresa, "que poderão ver, assim, assegurados os postos de trabalho", em caso de sucesso deste processo.

Trata-se de uma solução apontada como alternativa à investigação da Comissão Europeia às ajudas públicas atribuídas aos ENVC entre 2006 e 2011 já que, segundo o entendimento do Governo, como a empresa não dispõe dos 181 milhões de euros - que terá de devolver ao Estado caso a investigação confirme as suspeitas de violação das regras da concorrência -, isso implica o seu encerramento.

Em paralelo, é lançado este concurso internacional para a subconcessão dos terrenos e infraestruturas atuais, de forma a manter a atividade de construção naval no local.

PYJ // JGJ

Lusa/fim

+ notícias: Norte

Câmara de Gondomar aprova contas de 2023 com saldo positivo

A Câmara de Gondomar aprovou esta sexta-feira, com os votos contra da oposição, o relatório e contas de 2023, que apresenta um saldo positivo de 610 mil euros, situação que o presidente atribuiu aos conflitos na Ucrânia e em Gaza.

Terminaram buscas por jovem desaparecido em Gaia

As buscas permanentes pelo jovem de 16 anos desaparecido há uma semana no mar em Vila Nova de Gaia terminaram esta sexta-feira, sem sucesso, ao pôr-do-sol, revelou à Lusa o comandante da Capitania do Douro, Rui Lampreia.

Idoso carbonizado encontrado em Santa Maria da Feira

Um idoso foi encontrado morto já carbonizado em São João de Ver, no concelho de Santa Maria da Feira, avança o Correio da Manhã, citando fonte da GNR.