PCP afirma que Banco de Fomento no Porto é mera "operação de propaganda" do Governo
Porto Canal / Agências
Porto, 31 jul (Lusa) -- O PCP/Porto considerou hoje que a localização na cidade do banco de fomento "não passa de uma operação de propaganda" do Governo e lamentou que o anúncio da sua criação surja "com mais de um ano atraso" face ao que defendia.
Em comunicado, a Organização Regional do Porto do PCP recorda que o partido defendeu, há mais de um ano, que o Banco Português de Negócios (BPN), na altura controlado pelo Estado português, "fosse transformado em banco de fomento, em vez de vendido a preço de saldo ao BIC Angola".
Ainda assim, o PCP/Porto diz esperar "que a criação do banco de fomento se concretize efetivamente e que seja útil à economia da região e do país, em particular às micro, pequenas e médias empresas, que têm sido fustigadas pela política de direita dos PEC e do pacto de agressão que agravaram a injustiça fiscal, reduziram o poder de compra da população e estrangularam o mercado interno".
Relativamente ao anúncio, feito na terça-feira, no Parlamento, pelo primeiro-ministro, Passos Coelho, de que a sede da nova instituição financeira ficará sediada no Porto, o PCP considera que "não passa de uma operação de propaganda de um Governo que tem contribuído para afundar a economia do país e, de forma agravada, da região".
"Também o BPN tinha sede no Porto e não consta que isso tivesse sido vantajoso para a região nem para o país, que ainda paga a fatura das falcatruas lá realizadas", sustenta, assegurando que "não será esta operação de propaganda que fará abrandar as justas reivindicações dos trabalhadores, das PME [pequenas e médias empresas] ou das populações".
Em causa, recordou, estão os reclamados "fim das portagens nas ex-SCUT [autoestradas sem custos para o utilizador], redução do IVA na restauração, efetiva tributação dos lucros e dividendos dos grupos económicos e financeiros, elevação dos salários e pensões e defesa e promoção da produção nacional".
A fundação do banco de fomento, denominado de Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), foi anunciada pelo primeiro-ministro durante o debate da moção de confiança, terça-feira, no Parlamento, como parte integrante de um dos quatro pilares de ação da segunda parte da legislatura, que é o relançamento da economia.
Os restantes pilares são o investimento na coesão e mobilidade social, a mudança da relação do Estado com o cidadão e com o território e o aprofundamento de um poder inteligente na Europa e no Mundo.
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