Menezes responde a Rio e afirma que não está na política por ódios pessoais
Porto Canal
O candidato do PSD à Câmara do Porto, Luís Filipe Menezes, reagiu hoje às críticas de Rui Rio afirmando não lhe ter "ódio", mas "respeito", e garantindo que tudo fará "para que termine o mandato com dignidade".
"Eu, na política, nunca me movimentei pelo ódio pessoal. O ódio cega-nos, torna-nos insensatos, faz-nos mentir, torna-nos por vezes até ridículos. Eu, em relação ao senhor presidente da Câmara do Porto e em relação a qualquer outro político português, não tenho ódio, tenho respeito", afirmou Menezes em declarações aos jornalistas à margem de uma visita às obras do Pavilhão de Alto Rendimento da Lavandeira, em Gaia.
Recordando que o atual presidente da Câmara do Porto "foi eleito por três mandatos", Luís Filipe Menezes disse "merece[r]" o seu "respeito": "Portanto, tudo farei para que ele termine o seu mandato com dignidade", sustentou.
Menezes reagia assim às críticas que lhe foram feitas na terça-feira à noite, em entrevista à RTP, pelo colega de partido Rui Rio, que disse não poder apoiar a sua candidatura à autarquia portuense porque "vai destruir tudo o que foi feito" na cidade.
"Se apoiasse Luís Filipe Menezes era hipócrita. Se não dissesse nada era oportunista. Todos os dias faz promessas e promessas e promessas (...). Tenho a obrigação ética de me demarcar muito claramente do candidato que vai destruir tudo o que foi feito. Isto descredibiliza os partidos", lamentou.
Na entrevista à RTP, Rui Rio reprovou ainda o PSD por estar "a infligir pesadas medidas aos portugueses, dizendo que a culpa é de quem endividou o país" e, ao mesmo tempo, escolhe "para o Porto Luís Filipe Menezes, que em Gaia fez pior do que os antecessores socialistas que [o Governo] critica".
Um facto contestado por Menezes, que acusou Rui Rio de "falta de informação" e garantiu que a Câmara de Gaia está "entre as 20% das Câmaras portuguesas com melhores contas", tendo ao nível do endividamento uma "diferença quase nula" face ao Porto.
"Do ponto de vista de endividamento, a diferença entre o Porto e Gaia é quase nula, é de cerca de 80 euros 'per capita'", assegurou o candidato.
A este propósito, Luís Filipe Menezes criticou ainda o facto de a Câmara do Porto, sob a égide de Rio, ter investido "nos últimos 10/12 anos 167 milhões de euros", um valor que "é metade do que investiu o concelho de Paredes e é 10% do que investiu o concelho do Porto".
"Agora eu percebo porque é que há tantas famílias em dificuldades nos bairros sociais do Porto, porque é que há tantos bairros que não foram recuperados, porque é que há tanto comércio tradicional a fechar, porque é que há tanta decrepitude na cidade e porque é que as sondagens me dão um grande apoio e há uma grande crença numa viragem de ciclo na cidade do Porto", disse.
Já Gaia, salientou, "investiu 10 vezes mais -- 1,7 mil milhões de euros" e tem, por isso, "praias de grande nível para os mais pobres, não para os que têm dinheiro para ir para o Algarve e para o estrangeiro", "4.000 fogos [construídos] para os mais pobres", a urbanização de Vila d'Este renovada, "equipamentos desportivos com 14.000 crianças a fazer desporto todos os dias" e "livros escolares gratuitos".