BCP cortou 230 postos de trabalho no primeiro semestre e prossegue redução de pessoal
Porto Canal
O Millennium BCP reduziu o seu quadro de pessoal em 230 trabalhadores entre janeiro e junho, mas os cortes vão prosseguir, até por causa das exigências feitas por Bruxelas, revelou hoje o presidente Nuno Amado.
"Metade das saídas está relacionada com o 'outsourcing' [externalização de serviços], onde passam a ser feitas algumas tarefas que antes eram feitas pelos funcionários do banco. Há também uma componente forte de reformas antecipadas e, depois, alguns acordos de rescisão", especificou o banqueiro na conferência de imprensa destinada à divulgação das contas do semestre.
Nuno Amado admitiu que a saída de funcionários não ficará por aqui, mas escusou-se, para já, a dar mais detalhes sobre a matéria, já que ainda está por fechar o acordo entre o Ministério das Finanças e a Direção da Concorrência da Comissão Europeia, devido à ajuda estatal que o BCP recebeu no âmbito do seu processo de capitalização.
"Temos um acordo para reduzir sucursais e não só. Não vou entrar em detalhes porque o acordo ainda não está fechado", sublinhou Nuno Amado.
Quanto ao compromisso estabelecido com Bruxelas sobre o plano de reestruturação do BCP, o banqueiro apelidou-o de "muito razoável", considerando que o mesmo "vai ao encontro dos interesses do banco".
E reforçou: "Um acordo nunca é o que nós queremos, mas vendo os interesses divergentes que estavam em campo, é um acordo equilibrado".
Perante a insistência dos jornalistas sobre o programa de redução do quadro de pessoal, Nuno Amado sublinhou que "tem que haver uma redução", acrescentando que o banco vai estabelecer ainda quais os mecanismos a que recorrerá para tal efeito.
"Se o acordo estiver assinado em final de agosto, início de setembro, na apresentação das contas do terceiro trimestre poderemos revelar informação com mais detalhe", afirmou Nuno Amado.
No ano passado, o BCP levou a cabo um programa de rescisões amigáveis que levou à saída de 600 colaboradores do banco.