Credores decidem fecho da têxtil em Famalicão deixando 120 no desemprego

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Porto Canal

A liquidação da têxtil de Famalicão Meatex foi hoje aprovada em assembleia de credores com 80,5% dos votos, deixando no desemprego 120 trabalhadores, disse hoje à Lusa fonte ligada ao processo.

A assembleia de credores que hoje votou o encerramento da empresa decorreu na sequência da decisão do administrador da insolvência de propor o encerramento definitivo da laboração, alegando quebra na procura e impossibilidade de manter a atividade na sequência da suspensão dos contratos de trabalho por parte dos funcionários.

Em declarações à agência Lusa no final da assembleia, o advogado de 63 trabalhadores, Franclim Ferreira, não quis avançar motivos para o encerramento, mas assegurou que "a empresa não foi para liquidação porque os trabalhadores estavam com suspensão dos contratos de trabalho".

"Se esta liquidação aproveita a alguém, certamente não é aos trabalhadores, que são, sem sombra de dúvida, os mais lesados com o encerramento", afirmou.

Com parte dos salários de março, o mês de abril e os subsídios de natal e de férias de 2012 e 2013 em atraso, os trabalhadores terão, somadas agora as indemnizações que lhes são devidas pelo encerramento, créditos na ordem dos dois milhões de euros.

E, "com os bens da empresa avaliados em cerca de 90 mil euros - o que significa que serão vendidos por valor muito inferior - o que os trabalhadores vão receber será por via do fundo de garantia salarial, que atribui, no máximo, 8.730 euros por trabalhador", disse.

Instalada na freguesia de Lousado, Famalicão, a Meatex apresentou-se à insolvência em julho de 2012, tendo em outubro ocorrido o despedimento coletivo de 60 trabalhadores no âmbito do plano de reestruturação traçado pelo administrador de insolvência, que concluiu então pela viabilidade da empresa.

De acordo com Franclim Ferreira, este plano "previa que os trabalhadores receberiam apenas 10% dos seus créditos, mas nem chegou a ser discutido".

Ainda assim, a fábrica "estava a trabalhar normalmente e, inclusive, com necessidade de recorrer a trabalho suplementar", tendo parado a laboração em finais de abril, altura em que os trabalhadores entraram, segundo Franclim Ferreira, em "férias forçadas" decididas pela gerência.

O advogado salientou que foi "por sugestão" da gerência da Meatex que a maioria dos funcionários optou pela suspensão do contrato, passando parte do seu vencimento a ser paga pela Segurança Social.

"É a empresa que sugere a suspensão aos trabalhadores e agora eles são confrontados com a situação de que, porque foram para a suspensão, a empresa não tem trabalhadores disponíveis e portanto deixa de ter condições para trabalhar. Há aqui qualquer coisa que não bate certo", sublinhou.

Segundo Franclim Ferreira, os funcionários estavam disponíveis para regressar ao trabalho assim que lhes fossem pagos os vencimentos em atraso.

"Depois, até é um contrassenso, porque o facto de eles terem recorrido à suspensão do contrato de trabalho vem desonerar a empresa do pagamento dos vencimentos a que estaria obrigada, ou seja, até acaba por ser positivo para a própria empresa o facto de eles terem optado por essa solução", acrescentou.

Para além dos funcionários, a empresa tem ainda como credores a Segurança Social e vários fornecedores, que, de acordo com o advogado, votaram favoravelmente a proposta de encerramento.

A agência Lusa tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos por parte da gerência da Meatex.

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