CDU/Ponte de Lima diz que presidentes de Junta prestaram "mau serviço" ao concelho
Porto Canal / Agências
Ponte de Lima, Viana do Castelo 15 dez (Lusa) - O PCP de Ponte de Lima acusou hoje presidentes de Junta de Freguesia de "prestarem um mau serviço" ao concelho ao viabilizarem, na Assembleia Municipal, a construção do novo edifício para a Câmara, orçado em 6,5 milhões de euros.
A declaração de reconhecimento do interesse público do projeto, incluído no Orçamento para 2015, foi aprovada no sábado, pela Assembleia Municipal, com 45 votos a favor, 31 contra e duas abstenções. Dos 39 presidentes de Junta do concelho, apenas três votaram contra.
Em comunicado hoje enviado à Lusa, o PCP acusou "os Presidentes de Junta de Freguesia (exceção de Arca e Ponte de Lima, Brandara e Facha) de prestaram um mau serviço ao concelho ao aprovarem o projeto do executivo CDS/PP", por se tratar de um "investimento desastroso que causará graves danos" ao município.
O partido, através da eleita pela CDU Sandra Fernandes, defendeu, na sessão ordinária da Assembleia Municipal, que o projeto "não constituiu qualquer necessidade prioritária e nem tão pouco é fundamentado num estudo rigoroso sobre as suas implicações económicas, sociais, e de desenvolvimento sustentável".
"Ponte de Lima não necessita de espaços físicos desajustados da realidade. A CDU alerta todos os membros eleitos deste órgão deliberativo para a imensa responsabilidade ao aceitarem esta pretensão que em si significa o risco de penhorar o desenvolvimento futuro do concelho que será penosamente agravado com custos desmesurados, exagerados e injustificáveis", lê-se da nota enviada à imprensa.
A intenção da Câmara Municipal, liderada por Víctor Mendes, de construir um novo edifício dos Paços do Concelho dividiu o próprio partido.
Na semana passada, em declarações à agência Lusa, o presidente da Comissão Política Nacional da Juventude Popular (JP) acusou a autarquia de estar a cometer um "ato criminoso".
Por sua vez, Miguel Pires da Silva, ex-vereador daquela autarquia, considerou que o projeto vai "causar danos irreversíveis no concelho".
"Construir um novo edifício dos Paços do Concelho é um total disparate, uma inutilidade que em nada melhora a qualidade de vida dos Limianos, um ato criminoso. Ponte de Lima não merece tamanho atentado", afirmou.
Na altura, a Lusa contactou o presidente Víctor Mendes, que recusou prestar declarações sobre o assunto.
A estrutura local do CDS também se manifestou contra o projeto, com o presidente recém-eleito daquela estrutura, Abel Baptista, a afirmar que o projeto "não traz vantagem para a economia local, não cria postos de trabalho, nem vai representar uma mais-valia para o concelho".
O PSD está igualmente contra por entender que "atuais instalações da autarquia cumprem perfeitamente as suas funções" e aquando da sua aprovação em reunião do executivo, defendeu a realização de uma consulta popular.
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