Cooperativa permite consumir eletricidade obtida só em fontes renováveis

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 11 dez (Lusa) - A cooperativa Coopérnico pretende dar aos portugueses a oportunidade de consumir eletricidade conseguida totalmente a partir de fontes renováveis, através da participação no capital da entidade e na sua atividade, disse hoje o seu responsável.

"Queremos conseguir que as pessoas se envolvam na promoção da utilização das energias renováveis e a cooperativa irá faze-lo através do investimento coletivo" nas fontes alternativas, explicou à agência Lusa Nuno Brito Jorge.

A Coopércio, criada há cerca de um ano e atualmente com 135 membros, "identifica boas oportunidades para instalação de energia solar, que pode ser nos telhados de uma instituição de solidariedade social, por exemplo", à qual é pago um aluguer e os participantes na cooperativa investem no projeto, mas também em habitações ou empresas, explicou.

A eletricidade produzida pelos painéis solares será vendida e os membros são remunerados pela faturação obtida pela central.

Segundo o presidente da cooperativa, "a transição energética é passar das [energias] fósseis para as renováveis, mas também dos grandes parques eólicos e das grandes centrais fotovoltaicas para a produção verdadeiramente descentralizada, para a lógica do produtor-consumidor e da passagem das grandes empresas para as pessoas".

A proposta é que cada um seja "dono" de uma parte da Coopérnico, sendo a participação mínima de três títulos de capital social, que tem um valor de 60 euros, e que decida, em conjunto, o rumo a tomar.

Justificou a opção por uma cooperativa por ser, "na prática, uma empresa de gestão democrática e cada pessoa vale um voto independentemente do capital" aplicado, para "envolver as pessoas na criação de um novo modelo energético de produção de energia renovável de forma descentralizada e com uma utilização eficiente".

Para 2015, Nuno Brito Jorge apontou o "desafio brutal que é dizer às pessoas que podem comprar a eletricidade [à Coopérnico] e, sem implicar qualquer mudança no estilo de vida, burocracia ou custos, passarem a ser donas da sua empresa de eletricidade e escolherem ter só eletricidade verde nas suas casas".

A Coopérnico -- Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável e Cidadania, que Nuno Brito Jorge referiu ser a primeira cooperativa portuguesa de energias renováveis, segue o exemplo de várias organizações já existentes na Europa.

Já tem seis centrais fotovoltaicas ativas, três das quais em instituições, uma numa cooperativa, outra num turismo rural, e em edifícios municipais de Mangualde.

Através de um consórcio com três cooperativas europeias de energias renováveis, já foram investidos 250 mil euros, dos quais 50 mil são da Coopérnico, como salientou o seu presidente.

A Copérnico organizou com a Federação Europeia de Cooperativas de Renováveis (REScoop.eu) um 'workshop', a decorrer em Lisboa, no sábado, para troca de experiências na aposta nas energias renováveis, menos poluentes, seguindo este modelo específico de financiamento.

O encontro contará com a presença do presidente da REScoop, bem como dos presidentes de quatro das maiores cooperativas de renováveis da Europa (França, Bélgica, Holanda e Espanha).

EA//GC

Lusa/Fim

+ notícias: Economia

Nova descida na prestação da casa com alterações nas taxas Euribor

A prestação da casa paga ao banco vai, em abril, reduzir-se 12 euros para os contratos indexados à Euribor a seis mas apenas um euro para contratos com Euribor a três meses, segundo a simulação da Deco/Dinheiro&Direitos.

Bruxelas elogia cortes "permanentes de despesa" anunciados pelo Governo

A Comissão Europeia saudou hoje o facto de as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro se basearem em "reduções permanentes de despesa" e destacou a importância de existir um "forte compromisso" do Governo na concretização do programa de ajustamento.

Bruxelas promete trabalhar "intensamente" para conluir 7.ª avaliação

Bruxelas, 06 mai (Lusa) -- A Comissão Europeia está empenhada em trabalhar "intensamente" para terminar a sétima avaliação à aplicação do programa de resgate português antes das reuniões do Eurogrupo e do Ecofin da próxima semana, mas não se compromete com uma data.