Governo colombiano e FARC iniciam hoje em Cuba nova ronda de negociações

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Porto Canal / Agências

Bogotá, 28 jul (Lusa) -- O Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) iniciam hoje na capital de Cuba, Havana, a 12.ª ronda de conversações, na qual vão discutir a participação política da guerrilha na sequência de um eventual acordo de paz.

Os delegados do Governo, liderados pelo ex-vice-presidente Humberto De la Calle, partiram, este sábado, de Bogotá rumo à ilha, onde permanecem os representantes das FARC desde o arranque do processo de negociações, em novembro do ano passado.

A retoma das conversações estava prevista inicialmente para dia 22, mas atrasou-se por causa de assuntos pessoais de Humberto De la Calle.

Além disso, o Alto-comissário para a Paz, Sergio Jaramillo, outro dos negociadores do Governo de Havana, teve que comparecer, esta quinta-feira, no Tribunal Constitucional para uma audiência sobre o quadro jurídico para a paz.

Na ronda que se inicia hoje, a participação política da guerrilha colombiana figura como um dos pontos da agenda de negociações entre o Governo e as FARC que, no final da anterior ronda, realizada no dia 09, emitiram um comunicado conjunto dando conta de que "continuavam a avançar" no debate sobre a mesma num eventual cenário de paz.

Segundo as partes, houve progressos na discussão sobre "as garantias para o exercício da oposição como um elemento essencial para a construção de um acordo final" que cimente as bases da paz.

O Governo e as FARC trocaram propostas sobre os direitos humanos e as garantias políticas para movimentos que possam surgir no seguimento de um acordo definitivo de paz e sobre o acesso por parte dos meios de comunicação.

Apesar do otimismo com que foi dado como concluído o ciclo de diálogo anterior, a paragem de cerca de três semanas não ficou isenta de polémicas por causa de várias ações da guerrilha.

A eventualmente mais surpreendente neste contexto ocorreu no passado dia 20, Dia da Independência, quando as FARC mataram durante confrontos 19 soldados em vários pontos de país.

Soube-se ainda que a guerrilha mantém refém, desde 20 de junho, um ex-soldado norte-americano que, de acordo com as versões oficiais, fazia turismo numa zona remota do país quando caiu no poder das FARC.

Já no âmbito de protestos na região de Catatumbo (nordeste), as FARC colocaram à disposição dos camponeses as suas "fileiras, armas e combatentes", uma oferta que foi qualificada de "palhaçada" por parte do Governo.

Não obstante o sucedido, as FARC receberam uma boa notícia: a 10 de julho, o Conselho de Estado 'devolveu' a personalidade jurídica à União Patriótica (UP), um partido de esquerda fundado após um acordo da guerrilha com o Governo, perdida na década de 1980 por causa do assassínio de 3.000 dos seus militantes.

Apesar de a guerrilha não ter definido ainda qual será a plataforma política com a qual os seus membros participariam no sistema eleitoral na sequência de um eventual acordo, a UP poderá ser uma das opções, uma vez que face a este veredicto podem voltar a concorrer às eleições.

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