Coordenadora do Bloco Esquerda qualifica de "barbaridade" apelo do PM a união nacional

| Política
Porto Canal / Agências

Braga, 28 jul (Lusa) - A coordenadora do Bloco de Esquerda classificou o apelo do primeiro-ministro à "união nacional" como "barbaridade", interrogando-se se Passos Coelho é "inculto" ou se o partido único do Estado Novo é a sua "única referência política".

Em Braga, esta noite, Catarina Martins afirmou ainda que "esta semana" acabou de "forma caricata" com a tomada de posse de um Governo "morto", "um desfile de horrores", e que a próxima semana será "bizarra", com a votação da moção de confiança anunciada pelo presidente da República, e não pelo Governo.

Segundo a líder bloquista, o governo "recauchutado" que tomou agora posse apenas terá confiança de Cavaco Silva e de "mais ninguém" no país.

"Mas será que temos um primeiro-ministro que é de tal forma inculto que não percebe que está a apelar ao partido único do Estado Novo, da ditadura, ou esta é a única referência que ele tem?", questionou Catarina Martins.

A coordenadora bloquista analisou assim o apelo de Passos Coelho à "união nacional" feito sexta-feira, realçando que o primeiro-ministro "fez questão" de dizer que falava de "união" e não de "unidade".

Para Catarina Martins, "nenhuma das respostas será boa" e "alguém que é capaz de dizer uma barbaridade destas não tem qualidade para chefiar um governo democrático".

Sobre a tomada de posse do "novo" governo, que Catarina Martins apelidou de "recauchutado", a líder do BE apontou que aquilo a que se assistiu foi a um "pequeno desfile de horrores".

"Estava lá a senhora ministra 'swap', que nem secretária de Estado devia ser. Estava Paulo Portas, o ministro irrevogável e, como se não bastasse o horror que já conhecíamos, juntou-se mais um, Rui Machete", novo ministro dos Negócios Estrangeiros, disse.

"Não sabemos se temos um ministro [dos Negócios Estrangeiros] míope de tal forma que seja perigoso tê-lo no governo ou se um ministro conivente com o maior escândalo da democracia portuguesa", disse referindo-se à passagem de Machete pela Sociedade Lusa de Negócios, implicada no "escândalo" BPN.

A "próxima semana", será "bizarra", disse a líder do BE, graças à votação na Assembleia da República da moção de confiança anunciada por Cavaco Silva que, referiu, "fez tudo o que podia para manter" o Governo.

"Lá estaremos a discutir a moção de confiança do senhor presidente da República. Mas este Governo não merece a confiança do país porque não se dá ao respeito. O Governo pode ter a confiança do senhor presidente mas não tem a de mais ninguém", assinalou.

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