"Fomos apanhados na rede da Pescanova" -- Ricardo Salgado
Porto Canal / Agências
Lisboa, 26 jul (Lusa) - O Banco Espírito Santo (BES) teve que constituir provisões em Portugal e em Espanha para cobrir a exposição do crédito concedido à empresa espanhola Pescanova, mas o presidente Ricardo Salgado escusou-se a revelar o montante em causa.
"Em relação à Pescanova, infelizmente, a pescaria não foi famosa", afirmou o presidente do BES, numa conferência de imprensa em Lisboa.
O banqueiro admitiu que o BES teve que constituir provisões para as imparidades causadas com o crédito concedido à empresa espanhola, que tem atividades em Espanha, mas também em Portugal, porém, não quis adiantar os montantes em causa.
"Fomos apanhados na rede da Pescanova", reforçou Salgado, num tom divertido, assinalando que o BES foi um dos vários bancos apanhados de surpresa com a difícil situação da empresa espanhola.
Na quarta-feira, durante a divulgação das contas semestrais do Banco BPI, o presidente da entidade, Fernando Ulrich, revelou aos jornalistas que o lucro do banco foi penalizado pela constituição de provisões de 35 milhões de euros por causa da Pescanova.
Hoje, questionado sobre se as provisões constituídas pelo BES eram da mesma ordem de grandeza, Salgado realçou que "mais importante do que as provisões, é a exposição", no caso, à Pescanova.
"Referir o montante das provisões é só uma parte da questão. Fizemos provisões para o crédito concedido em Espanha e também em Portugal, já que apoiámos o investimento da Pescanova em Aveiro", frisou, acrescentando que acredita que o banco está bem provisionado.
Ainda assim, Salgado admitiu que "foi uma surpresa" ver a empresa chegar a uma situação tão complicada, porque, salientou, "a Pescanova é considerada uma empresa de primeira grandeza".
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